Ekonomista
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18 Jun, 2018 - 17:24

FEST Espinho arranca com com mais de 240 filmes a exibir durante uma semana

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Em Espinho, a partir do dia 19, o FEST promete centenas de filmes durante uma semana inteira – e há cinema para todos, de miúdos a graúdos.

FEST Espinho arranca com com mais de 240 filmes a exibir durante uma semana

A 14.ª edição do FEST – Festival Novos Realizadores Novo Cinema – arranca nesta segunda-feira, em Espinho, com mais de 240 filmes em toda a programação, que inclui ainda um programa de formação e várias atividades paralelas.

FEST Espinho: uma semana de cinema

Subordinado ao tema “Fronteiras”, o festival abre este ano com “Mobile Homes”, longa-metragem de estreia do francês Vladimir Fontenay, que abriu a Quinzena dos Realizadores na última edição do Festival de Cannes, pelas 21:00 no auditório do Centro Multimeios de Espinho.

O filme, que acompanha uma jovem mãe “que deambula em vários motéis com o filho de oito anos e um namorado toxicodependente”, até o trio descobrir “uma comunidade de casas pré-fabricadas” que se revela “uma alternativa de vida”, conta com Imogen Poots e Callum Turner, nos principais papéis.

Na luta pelo Lince de Ouro, prémio atribuído a longas-metragens documentais ou de ficção que sejam primeiras ou segundas obras, estará também “Winter Brothers”, do islandês Hlynur Palmason, premiado no Festival de Locarno.

O documentário “Lupo”, de Pedro Lino, é o único filme português a concurso, que tem ainda “Photon”, do polaco Norman Leto, “Killing Jesus”, de Laura Mora, e “Blockage”, um olhar sobre Teerão por Mohsen Gharaei. Também incluídos no lote de 11 filmes estão “Das Fest – Impreza”, obra documental da alemã Alexandra Wesolowski, “Lemonade”, da romena Joana Uricaru, e a comédia negra “I’m Not a Witch”, da realizadora de nacionalidade zâmbia e galesa Rungano Nyoni, premiada nos últimos Prémios BAFTA (Melhor Estreia), da Academia Britânica de Cinema e Televisão.

FEST apresenta o mundo através da sétima arte

FEST Espinho

“O tema deste ano do festival é ‘fronteiras’, e sentimos que tudo isto que se passa no mundo, hoje em dia, em todas as suas partes, é algo com muito forte presença no trabalho destes novos realizadores”, disse o diretor do FEST. A “visão social destes autores é uma visão heterogénea”, sublinhou Filipe Pereira, mas tem “um fio condutor de como a nova geração vê o mundo”, como em “Sand and Blood”, documentário feito através de vídeo publicados no YouTube sobre a guerra na Síria e no Iraque.

O filme realizado pelos austríacos Angelika Spangel e Matthias Krepp também compete pelo Lince de Ouro, cuja lista final inclui igualmente a estreia como realizadora da atriz suíça Lisa Bruhlmann, com “Blue My Mind”.

FESTinha: cinema para toda a família

À margem das várias secções da competição principal, decorrem ainda várias outras atividades, como sessões de cinema na praia ou o “FESTinha”, dedicado a cinema para famílias e para os mais novos, o Grande Prémio Nacional, para curtas-metragens nacionais, um outro prémio para realizadores recém-graduados (NEXXT) e o foco sobre o cinema japonês, austríaco e sueco.

Na secção de retrospetiva, “Be Kind Rewind”, Filipe Pereira assumiu que o destaque para a Coreia do Norte é um desejo de “há muito tempo”, e tem agora “um acréscimo de interesse curioso”, pelo encontro de Kim Jong-Un com Donald Trump. “Estamos a falar do único país do mundo em que era obrigatório por lei ir ao cinema, e tem algumas particularidades, sobretudo pela parte da propaganda. Teremos, por exemplo, versões norte-coreanas de clássicos do cinema, como de ‘Titanic’. É uma janela para o cinema desse país e dessa sociedade, até porque serão apresentados filmes de épocas diferentes”.

Por outro lado, o habitual programa de oficinas, ‘masterclasses’, conferências, palestras e debates sobre as várias áreas ligadas ao cinema, “Training Ground”, reúne este ano em Espinho o produtor norte-americano Roman Coppola, filho de Francis Ford Coppola, a italiana Gabriella Cristiani, editora galardoada com um Óscar pelo trabalho de montagem de “O Último Imperador” (1987), de Bernardo Bertolucci, e o cineasta iraniano Asghar Farhadi. O realizador de 46 anos já recebeu dois Óscares de Melhor Filme Estrangeiro, primeiro em 2012, por “Uma Separação”, e depois em 2017, por “O Vendedor”. Farhadi é um dos nomes mais premiados entre os convidados e intervenientes do festival.

Decorrendo em quatro espaços distintos da cidade de Espinho, em particular no Centro Multimeios, a edição de 2018, a decorrer de segunda-feira a segunda-feira (de 18 a 25 de junho) visa assim exibir e premiar “alguns dos mais inovadores e essenciais trabalhos lançados nos últimos 12 meses”, em cerca de 40 países, entre os quais se incluem filmes de “mais de 50 escolas de cinema”, de diferentes nacionalidades.

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