Hugo Moreira
Hugo Moreira
24 Nov, 2010 - 00:00

Greve Geral: A maior de sempre?

Hugo Moreira

Segundo a UGT esta é a maior greve de sempre. De acordo com os sindicatos a adesão na função pública chegou a 85%, enquanto o Governo aponta para cerca de 20%.

Greve Geral: A maior de sempre?

Esta Greve Geral levada a cabo pela CGTP e a UGT tem como objectivo protestar contra as medidas anunciadas recentemente pelo Governo, entre elas, os cortes nos salários dos funcionários públicos, o congelamento das pensões para 2011 e o aumento do IVA para 23%.

A greve geral que está a paralisar o país implica pesados custos para os próprios trabalhadores, que deixam de receber o dia de trabalho.

Vários foram os trabalhadores que pensaram nisso e foram trabalhar, pois em plena crise deixar de receber o dia de trabalho significa, em média perder 38 euros, isto porque em média o salário português ronda os 840 euros.

Além do trabalhador, a economia também se ressente. Se a economia nacional produz 447 milhões de euros por dia, é fácil perceber que por exemplo, no caso da adesão à greve atingir os 90%, a economia irá perder cerca de 400 milhões de euros.

Ironicamente, se a função pública parar, o trabalhador perde dinheiro mas o Estado até pode sair a ganhar, pois acaba por poupar e deixar de fazer despesas que faria num dia normal, como em luz, água, etc.

Segundo João Proença, líder da UGT, esta é a maior greve de sempre, bem superior à de 1988, apesar de ainda não avançar números, nem comentar os dados avançados pelo Governo.
Refere também que esta greve não afectou só os típicos sectores da Saúde e da Educação mas também outros que habitualmente não aderem, como é o caso da Justiça e Finanças, o que demonstra bem o quão desagradados os trabalhadores estão com as políticas deste Governo.

A Fenprof também fala na maior adesão de sempre dos professores à greve, estando centenas de escolas encerradas e milhares de alunos sem aulas.

Nem os bancos escaparam. Fonte ficial do banco do Estado – a Caixa Geral de Depósitos afirma que “a esmagadora maioria das agências não abriram, e as que abriram, fizeram-no em precárias condições de segurança e recorrendo a trabalhadores com vínculo precário e até mesmo a estagiários”. 

Os transportes foram os mais afectados pela Greve, havendo várias estações de metro fechadas. NA CP também foram suprimidos cerca de 73% dos comboios previstos, assim como, os voos foram todos cancelados.

Para Jerónimo de Sousa a adesão a esta greve significa a derrota do “conformismo, da resignação e do “não vale a pena””. Para Francisco Louçã, “sucesso da greve vai ter consequências políticas” .

Agora vamos ter que esperar pelo final do dia para conhecer os números reais da greve, se bem que está garantido que esta é a maior de sempre, sendo claramente superior à que ocorreu há 22 anos atrás em que se lutava contra o pacote laboral.