Luana Freire
Luana Freire
27 Jun, 2017 - 10:55

Prova de matemática divide opiniões: mais chumbos?

Luana Freire

O exame nacional da disciplina não favorece o consenso: 2017 será um ano de mais sucesso ou mais chumbos?

Prova de matemática divide opiniões: mais chumbos?

O exame de matemática da 1.ª fase dos exames nacionais já passou e, após análise do teste, os professores da disciplina afirmam: a prova foi acessível. A opinião é partilhada pela SPM – Sociedade Portuguesa de Matemática- e pela APM – Associação de Professores de Matemática. No entanto, ambas discordam quando o assunto é comparar o grau de dificuldade do exame atual com o testo do ano passado.  A SPM diz que este último exame foi mais fácil, enquanto a APM defende que o exame de 2017 foi, de facto, “mais difícil”.

“A prova era acessível, respeitava o programa, mas tendo a considerar que o exame era mais difícil do que o do ano passado”, declarou Jaime Carvalho e Silva, que faz parte da Associação de Professores de Matemática. Ainda que acredite na coerência da prova, o especialista deixou um alerta: “será mais difícil tirar classificações de topo e haverá mais alunos a reprovar”.

Para Jaime Carvalho e Silva, esta conclusão é baseada num facto simples: as questões de 2017 foram “mais abstratas, envolviam menos cálculos, exigiam mais raciocínio e concentração, o que é mais difícil em contexto de exame”.

A opinião  da APM gerou uma onda de preocupação com os exames de 2018, em que “o programa será muito diferente”: os alunos que chumbarem a matemática “terão de (no próximo ano) fazer um exame diferente, decorrente das novas metas curriculares aprovadas pelo governo anterior”.

Uma segunda opinião da APM: afinal, a prova foi mais fácil

Em sentido contrário, surge a opinião da Sociedade Portuguesa de Matemática, que considerou a prova de matemática deste ano mais acessível, face ao ano anterior. “As questões do Grupo I eram, na generalidade, fáceis, existindo mesmo duas perguntas de resposta imediata (1 e 8). O Grupo II reproduz esta tendência: as perguntas são genericamente fáceis, existindo duas de resposta imediata (2.1 e 2.2). Os procedimentos de cálculo requeridos são, para este nível, pouco exigentes. Apenas a pergunta 6 possui um grau de complexidade que possa desafiar e diferenciar os estudantes mais bem preparados”, pode ler-se no parecer oficial da Sociedade, que considerou “o nível de complexidade global do exame inferior ao de 2015-16”.

No entanto, na mesma declaração sobre a prova, a Sociedade deixou críticas sobre o enunciado, por este ser “cientificamente pouco equilibrado, desnecessariamente repetitivo em relação a certos conceitos (por exemplo, a distância entre pontos no plano ou a inclinação de retas), deixando de abordar, por outro lado, assuntos importantes como a função logarítmica e as suas propriedades”.

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