Clara Henriques
Clara Henriques
02 Dez, 2014 - 08:45

Seguradoras europeias não estão preparadas para as novas regras

Clara Henriques

Avizinham-se novas regras para as seguradoras em 2016 mas, após os primeiros testes, há ainda um longo caminho a percorrer até que as seguradoras estejam preparadas para as cumprir.

Seguradoras europeias não estão preparadas para as novas regras

É já em 2016 que entram em vigor as novas regras de solvência aplicadas às seguradoras, mas parece que muito poucas estão preparadas para as cumprir. Segundo notícia avançada, os testes de “stress” feitos às seguradoras revelam que “uma em cada sete seguradoras europeias não cumpre ainda os rácios de solvência recomendados pelas novas regras europeias para o sector, conhecidas como ´Solvência II´.

Os testes, realizados pela European Insurance and Occupational Pensions Authority (EIOPA) apontam para muito trabalho a fazer por parte das seguradoras de forma a preparar a entrada em vigor destas novas regras. No entanto, a EIOPA revela que, desses 14% das empresas testadas, só 3% representam “os activos totais das seguradoras europeias”, o que faz com que por outro lado se considere que o sector está “suficientemente capitalizado” de forma genérica.

O supervisor dos testes realizados admite que “quando aplicados alguns cenários adversos – taxas de juro baixas durante muito tempo e, por outro lado, uma inversão da tendência recente de redução das taxas de juro – o sector mostra alguma “vulnerabilidade”. Por exemplo, no cenário de taxas de juro baixas num período mais longo, cerca de “24% das seguradoras não cumpririam os rácios e algumas empresas teriam dificuldades em cumprir as suas obrigações dentro de 8 a 11 anos”.

As seguradoras portuguesas

Se o cenário europeu não é abonatório, em Portugal o Instituto de Seguros de Portugal também assume que “um quinto das seguradoras a operar no mercado nacional não cumpre ainda as novas regras de solvência a entrar em vigor em 2016”. Há cerca de 19,5% de empresas que não tem “o total de fundos próprios elegíveis para o critério conhecido como Requisito de Capital de Solvência”. Para tal, seria preciso um investimento de cerca de 1.492 milhões de euros.

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