Ekonomista
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02 Fev, 2017 - 11:15

Segurança alimentar: criado grupo para resolver problemas da carne picada

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A Comissão de Segurança Alimentar quer acabar com o problema da contaminação em 15 dias.

Segurança alimentar: criado grupo para resolver problemas da carne picada

A Comissão de Segurança Alimentar (CSA) decidiu hoje criar um grupo de trabalho para elaborar um plano para acabar com a contaminação da carne picada pré­-preparada, dado que o Governo considera fundamental eliminar o problema.

De acordo com um comunicado emitido pelo gabinete do secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, a CSA reuniu­se para analisar os resultados de um estudo da DECO sobre a venda de carne picada pré­preparada e decidiu criar no seu âmbito um sub­grupo de trabalho, que será coordenado pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

O grupo de trabalho terá como missão “elaborar um plano de trabalho no prazo de 15 dias, com vista a eliminar o problema da contaminação da carne picada pré­preparada.

O secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, Luís Vieira, que preside à CSA, defendeu no encontro que “eliminar este problema é fundamental” e admitiu a necessidade de ser feita “uma campanha de informação para que os próprios consumidores se tornem mais exigentes”.

Os organismos que integram o subgrupo de trabalho ficaram de apresentar propostas para resolver o problema de contaminação da carne picada, tendo sido proposto na reunião de hoje o reforço da fiscalização por parte da DGAV e da ASAE.

A associação de defesa do consumidor Deco, baseando­se nas conclusões de um estudo publicado na revista Proteste, alertou, há uma semana e meia, para os riscos inerentes ao consumo de carne previamente picada nos talhos, onde foram encontradas bactérias nocivas e aditivos alergénicos usados para fingir que a carne é fresca.

“Milhões de bactérias por grama”

A associação de defesa dos consumidores, na análise feita a carne de 25 talhos de Lisboa e Porto, identificou carne guardada a temperaturas demasiado altas, “milhões de bactérias por grama”, entre as quais a ‘salmonella’ e outras de origem fecal, demasiada gordura e sulfitos usados ilegalmente como conservantes.

A CSA, criada em maio de 2014, por despacho do Governo, tem por missão “aumentar a confiança dos consumidores” nos produtos alimentares, apoiar as autoridades nacionais nomeadamente através de pareceres e estudos no que diz respeito à segurança dos géneros alimentícios, propor, em casos específicos, as medidas necessárias para garantir que não sejam colocados no mercado géneros alimentícios não seguros, e desenvolver “um diálogo transparente” com a população/consumidores e as respetivas associações representativas, no sentido de evitar a perda de confiança perante as crises relacionadas com a segurança alimentar.

A comissão é composta por representantes dos ministérios da Economia e Agricultura, da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Direção­Geral do Consumidor, Direção­Geral da Saúde, Deco, APED — Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal, entre outros. Segundo a lei, a CSA reúne trimestralmente ou, a título extraordinário, mediante convocação do representante do Ministério da Agricultura e do Mar.

No dia a seguir à denúncia da Deco, o PSD anunciou a intenção de chamar ao parlamento a Deco, a ASAE e a Comissão de Segurança Alimentar, “com caráter de urgência” para esclarecer se existe “perigo para a saúde pública” no consumo de carne picada vendida nos talhos.

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