Mais dinheiro: salários e pensões ajustados às novas tabelas de IRS

As novas tabelas de retenção na fonte do IRS entram em vigor este sábado, dia 1 de julho. Na prática, salários e pensões vão reter menos IRS, o que significa que os contribuintes terão mais liquidez disponível ao fim do mês.

Porém, não espere com isto que a sua vida financeira vá melhorar significativamente. Encare-o como um pequeno alívio fiscal mensal que se deve às mudanças na fórmula de cálculo do imposto a reter.

A contrapartida é que ao reter menos imposto mensalmente, quando tiver de fazer a liquidação do IRS no ano seguinte, terá um montante de reembolso menor.

Qual o impacto das novas tabelas de retenção nos salários dos trabalhadores?

Como explicou à Lusa, o Secretário de Estado para os Assuntos Fiscais, “em vez do sistema de taxas aplicáveis a vários patamares de rendimento até agora em vigor, em que o acréscimo mensal de um euro de rendimento bruto pode ditar uma subida na taxa de retenção, o novo regime contempla um número de patamares de remuneração mensal mais próximo dos escalões do IRS, aos quais é aplicada uma taxa marginal, havendo uma parcela a abater. Havendo dependentes há uma segunda parcela a abater”.

Vamos, então, recorrer a um exemplo para ter uma noção de como se traduz financeiramente este alívio fiscal mensal. Vamos supor que é um contribuinte solteiro sem dependentes e que o seu rendimento bruto mensal é de 1000 euros.

1º semestre de 2023
Rendimento bruto mensal	Taxa de retenção	Retenção na fonte/mês
1000€	11,20%	112€

2º semestre de 2023
Rendimento bruto mensal	Taxa efetiva de retenção	Retenção na fonte/mês
1000€	9,50%	95€

Em relação ao imposto que retinha no primeiro semestre do ano, terá mais 17 euros disponíveis por mês no seu salário no decorrer do segundo semestre de 2023.

Tem crédito habitação? Continuará a reter menos IRS com as novas tabelas

Se é titular de um crédito habitação continuará a usufruir da redução da retenção mensal na fonte com as novas tabelas.

Recorde-se que os titulares de um contrato de crédito habitação, que trabalham por conta de outrem e tem um salário bruto inferior a 2.700 euros mensais, podem descontar IRS pela taxa do escalão imediatamente inferior à que corresponde a remuneração e situação familiar.

A medida, que está prevista na proposta de Orçamento do Estado para 2023, tem como objetivo mitigar o impacto do aumento das taxas de juro no crédito habitação.