Diogo Campos
Diogo Campos
23 Jan, 2018 - 07:17

Finalmente, Cusco!

Diogo Campos

Quando cheguei a Cusco, senti que era capaz de viver aqui por uns largos meses. Fiz voluntariado, vendi empadas e vou agora fazer o Salcantay trail.

Finalmente, Cusco!

Quando saí, do festival alguns ainda não sabiam para onde seguir, outros já tinham arrancado e eu seguia para Cusco. Quando cheguei à cidade, senti que era capaz de viver aqui por uns largos meses. As ruas estreitas, as casas em pedra com os telhados em telha e as descidas e subidas com miradouros sobre a cidade faziam-me pensar que estava nalguma aldeia histórica de Portugal.

O hostel onde iria fazer voluntariado ficava num morro com uma vista fantástica sobre as montanhas que envolviam a cidade. Fui recebido muito bem por todo o staff e quando conheci o dono, um colombiano que há dez anos andava a viajar tal como eu, falámos um pouco e logo senti uma boa vibração. Basicamente, ia trabalhar cerca de 5h a 6h entre receção e bar com direito a dormida, pequeno-almoço e, por vezes, outras refeições.

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Além de querer conhecer Cusco e toda a sua envolvência, precisava de arranjar a tenda que era tudo menos uma tenda e, para isso, precisava de ganhar algum dinheiro. Assim, tal como tinha feito em Bariloche há cinco meses atrás, decidi fazer e vender empadas.

Caminhei pelas ruas e praças, meti-me dentro de locais arqueológicos e até fui convidado a entrar dentro de um autocarro turístico e, além de as vender quase todas, desfrutei de todo o passeio.

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Mas havia algo que ia suceder que me iria retirar todas as forças. No Peru já estava habituado a problemas de estômago, era algo normal entre os estrangeiros que, talvez devido à água e/ou à comida, aliada à altitude, fazia com que os hospitais fizessem parte do roteiro turístico. Mas claro isso só acontece aos outros, pensava eu, que sempre que soava o alarme tomava a milagrosa água de arroz, mas nada… E passado quase uma semana vi-me obrigado a recorrer da bolsa dos medicamentos que permanecia intocada desde que saí de Portugal. Mesmo assim, o problema continuava e cada vez sentia-me mais fraco. Até que vim a saber que o hostel tinha um seguro de saúde e não precisava de pagar nada! Era uma bactéria/vírus que só podia ser trata com antibiótico.

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O meu voluntariado em Cusco estava a terminar e estava pronto para ir fazer Salcantay trail, quatro dias de caminhada até Machu Picchu.

Pensava ir sozinho, mas na véspera, enquanto vendia as minhas últimas empadas na praça principal, vejo o Gabriel, o italiano que esteve a cozinhar no festival Pachamama. Talvez fosse a última vez que o fosse ver e queria trocar umas palavras e dar-lhe um último abraço. Mas ele tinha um passo super acelerado e eu com a bandeja nas mãos entre atalhos e num passo de corrida, tentei apanhá-lo. Quem me viu, talvez pensasse que estivesse atrás de alguém que não pagou. Até que, passado quase dez minutos de perseguição, sem o conseguir apanhar, tive que gritar pelo seu nome. E quando lhe pergunto que planos para a viagem, responde-me que vai fazer também Salkantay.

No próximo artigo vou contar como é chegar a Machu Picchu pelo nevado de Salcantay. A aventura contínua em Puririy.

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