Diogo Campos
Diogo Campos
22 Jan, 2018 - 07:25

Uma experiência de voluntariado na Bolívia

Diogo Campos

A minha passagem pelo país foi de quase um mês, que me pareceu uma semana. O que mais me encantou foram as cores e os cheiros dos mercados.

Uma experiência de voluntariado na Bolívia

A estadia na quinta, no meio da Bolívia, estava a ser fantástica e era capaz de prolongá-la por mais um par de semanas. Ao mesmo tempo, sabia que existia uma eco-aldeia nas proximidades. Havia pessoas que me tinham falado maravilhas, mas também havia outros que se foram embora ao fim de dois dias.

Ainda assim, resolvi ir ver com os meus próprios olhos. Era a maior eco-aldeia onde tinha estado até agora, ao todo viviam cerca de dez residentes e dezassete voluntários.

Tive a sorte de ter direito a uma visita guiada, onde me contaram a história, a evolução e como são auto-sustentáveis. Disseram-me que se quisesse poderia ir dentro de dois dias como voluntário.

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Novamente, teria que tomar uma decisão e neste momento havia várias possibilidades em cima da mesa. Confirmada estava a possibilidade de continuar na quinta ou a eco-aldeia, mas também aguardava resposta de outros três voluntários: uma eco-aldeia no meio da Amazónia, mas onde só se chegava através de excursões; um festival ecológico de arte e música perto de Cuscuz no Peru; ou um hostel também em Cuscuz.

Se pudesse escolher dos cinco seria o festival e – sorte ou não – recebi uma resposta positiva para ajudar nos preparativos e talvez também durante o festival, o único senão é que tinha que começar em cinco dias e estava a quase 1500km de distância com uma fronteira pelo meio.

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Optei por arrancar no dia seguinte e despedir-me à pressa da senhora que me recebeu tão bem. Já tinham passado por aí mais de 150 voluntários e, certamente, muitos mais iriam conhecer este lugar, onde as horas e os dias não tinham importância.

A meio caminho ficava Copacabana, banhada pelo maior lago natural do mundo e também um dos mais altos a quase 4000m de altitude, o lago Titicaca. Subir aos miradores era um desafio tremendo, a escassez de oxigénio tornava a respiração bastante ofegante e rapidamente ficava cansado, sendo normal ver outros turistas a tentarem recuperar o fôlego, ao fim de subir uns quantos degraus.

Faltavam três dias e ainda houve tempo de ir até à Ilha do Sol, um lugar estratégico durante o império Inca. Infelizmente, a ilha estava em conflito entre o norte e o sul, devido a alguns estrangeiros que querem comprar parte da ilha para construir complexos turísticos. E se algo que o povo boliviano me ensinou foi preservar a sua cultura e os seus costumes, sem ceder por dinheiro como aconteceu com quase todos os outros países do mundo.

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É verdade que também são uns dos mais pobres, mas preservam 36 idiomas indígenas, entre os quais o Quechua, Guarani e o Amaira. Além de muitos ainda usarem as roupas que se vestiam há mais de quinhentos anos. Outra particularidade interessante é que, na Bolívia, o McDonalds faliu e já não existe nenhum aberto.

A minha passagem pelo país, que é considerado o coração da América do Sul, foi de quase um mês, que me pareceu uma semana. Sem dúvida que as paisagens, as estradas e as caras em tom de café, típico dos povos indígenas, de quem se cruzou no meu caminho irão ficar para sempre na minha memória. Mas o que mais me encantou foram as cores e os cheiros dos mercados. Agora Peru!

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