Catarina Milheiro
Catarina Milheiro
09 Mai, 2022 - 11:46

Bom e mau colesterol: conheça as diferenças e os seus impactos

Catarina Milheiro

O colesterol circula na corrente sanguínea, ligado a proteínas, conhecidas por lipoproteínas. Aí nasce o conceito de bom e mau colesterol.

bom e mau colesterol

O colesterol é essencial para o bom funcionamento do organismo, contudo em níveis normalizados. É importante que entenda que se trata de uma gordura que o nosso corpo produz de forma natural.

À medida que os níveis de colesterol vão aumentando no sangue, aumentam também os riscos para a saúde. É aqui que entram os conceitos de bom e mau colesterol visto que, se trata de uma substância que não se dissolve no sangue.

Diferenças entre colesterol bom e mau

O colesterol está presente no sangue através de moléculas, chamadas lipoproteínas que são produzidas no fígado. Desta forma existem duas definições que tornam este assunto bastante claro. São elas o bom e o mau colesterol.

O bom define-se por…

Lipoproteínas de alta densidade (HDL): são conhecidas por colesterol bom, ou seja, quanto mais altas forem as HDL menor é o risco de surgir uma doença cardiovascular.

Este tipo de lipoproteínas, funciona de modo a remover o colesterol das artérias e transporta-o de volta até ao fígado. Desta forma, ele irá circular no organismo de forma natural.

Se mantiver um bom nível deste colesterol no seu sangue, as probabilidades de acontecerem situações como acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou ataques cardíacos é menor.

Tenha atenção! O colesterol HDL não elimina completamente o LDL.

Mau colesterol: características a ter em conta

Lipoproteínas de baixa densidade (LDL): por se depositarem nas paredes arteriais, provocando aterosclerose, são vulgarmente conhecidas como o mau colesterol.

A aterosclerose acontece quando se acumulam placas de gordura, colesterol e outras substâncias nas paredes das artérias, dificultando o fluxo sanguíneo para os órgãos essenciais (cérebro e coração) e simultaneamente aumentando o risco de aparecimento de outras doenças.

Quanto mais alta for a presença das LDL no sangue, maior irá ser o risco de aparecimento de doenças cardiovasculares.

Para além destes dois grandes grupos de colesterol, considerados como o bom e mau, existe ainda mais um intitulado por VLDL, as chamadas lipoproteínas de muito baixa densidade, que assim como o LDL, é também considerado como o mau colesterol. Vamos conhecê-lo?

colesterol
Não perca Colesterol: fatores de risco, doenças associadas e controlo dos níveis

Lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL): estas lipoproteínas são bastante semelhantes às LDL, a única diferença é o facto de conterem menos proteína e mais gordura.

São consideradas também como mau colesterol porque os seus valores quando elevados no sangue, levam à acumulação de gordura nas paredes das artérias bem como à formação de placas de aterosclerose, aumentando assim o risco de doenças cardiovasculares.

A função do colesterol VLDL é transportar os triglicerídeos pelo sangue, isto é, moléculas de gordura que irão produzir energia nas células.

Uma alimentação rica em calorias, álcool e açúcares aumenta o nível dos triglicerídeos, o que muitas vezes, leva ao aparecimento de doenças no coração.

testes de colesterol
Deve fazer análises ao colesterol com regularidade

Quais são os valores de referência para cada um?

Entre o sexo feminino e o sexo masculino, os valores médios são bastante próximos. Contudo, até ao grupo etário dos 45-54 anos verifica-se um aumento do colesterol total. A partir destas idades, o colesterol parece ficar estável num valor aproximadamente de 200 mg/dl.

Existem valores de referência para cada tipo de colesterol, que fazem com que este seja considerado como bom ou mau:

Valores de referência do colesterol HDL (bom)

  • Ideal: acima de 40 mg/dl
  • Baixo: menor do que 40 mg/dl

Valores de referência do colesterol LDL (mau)

  • Pessoas com risco cardiovascular baixo: abaixo de 130 mg/dl
  • Pessoas com risco cardiovascular intermédio: abaixo de 100 mg/dl
  • Pessoas com risco cardiovascular alto: abaixo de 70 mg/dl
  • Pessoas com risco cardiovascular muito alto: abaixo de 50 mg/dl

Valores de referência do colesterol VLDL (mau)

  • Alto: acima de 40 mg/dl
  • Baixo: abaixo de 30 mg/dl
  • Ideal: até 30 mg/dl
Fonte: Fundação Portuguesa de Cardiologia

Como se trata o colesterol alto?

10 alimentos para baixar o colesterol

O objetivo fulcral é reduzir o risco de doenças cardiovasculares através da subida do colesterol das lipoproteínas de alta densidade (HDL) e da redução das lipoproteínas de baixa densidade (LDL).

Para conseguir controlar os seus valores, deve ter um estilo de vida saudável baseado numa dieta alimentar rica em fibras vegetais e claro, pobre em gorduras saturadas, ácidos gordos trans e colesterol.

A atividade física regular, a monitorização e controlo do peso e o facto de não fumar são fatores indispensáveis para um estilo de vida saudável.

Para além disto, também poderá ter que recorrer a medicamentos por via oral. Neste caso, deverá ser acompanhado pelo seu médico assistente com o intuito de perceber qual a medicação que melhor se adapta aos seus níveis de gordura no sangue.

risco-ataque-cardiaco-inverno
Não perca Risco de ataque cardíaco é maior no inverno. Saiba porquê.

Se quer reduzir os níveis do seu colesterol, deve:

  • consumir entre duas a três peças de fruta por dia;
  • incluir legumes, sementes e frutos oleaginosos;
  • ingerir cereais integrais em vez de cereais comuns e derivados;
  • cozinhar com azeite, cremes vegetais ou óleos vegetais em vez de com manteiga (que é bastante comum);
  • diminuir o consumo de carne e aumentar o consumo de peixes:
  • evitar alimentos como chouriços e derivados, bolos de pastelaria e snacks doces e salgados.

Para o ajudar, fizemos uma lista de perguntas que o podem ajudar em consulta com o seu médico:

  • Que tipo de alimentos devo ingerir?
  • Quais os alimentos que devo evitar na minha alimentação?
  • Com que frequência devo realizar análises ao colesterol?
  • Como são feitas essas análises? São específicas?
  • Existe algum tipo de restrição médica que necessite de seguir?
  • Qual o melhor tratamento que se adequa à minha situação?
Veja também

Artigos Relacionados