Ekonomista
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02 Mai, 2025 - 08:30

Apagão em Portugal: mais de 41% critica resposta do Governo

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Mais de 41% dos portugueses considera que o Governo falhou na gestão do apagão. Inquérito do Portal da Queixa mostra impacto profundo na vida e emoções da população.

O grande apagão que atingiu Portugal foi mais do que um corte de energia. Foi um corte na confiança, nas ligações e na tranquilidade do dia-a-dia.

Segundo um inquérito realizado pelo Portal da Queixa a quase 3000 consumidores, o impacto do apagão foi sentido em cheio. Para 84,1% dos inquiridos, o maior problema foi a falha nas comunicações. Nada de chamadas, dados ou mensagens. E, claro, nada de respostas.

Mais de 41% dos participantes considera que o Governo e as entidades públicas não estiveram à altura. Já 19% defendeu a atuação das autoridades. O resto? Preferiu não comentar.

Que dificuldades enfrentou durante o apagão?Percentagem
Falta de acesso às comunicações84.1%
Falta de informação/apoio57.8%
Falta de acesso a água/comida18.1%
Outro (por favor, especifica qual)10.8%
Impossibilidade de transporte/viagem10.1%
Aumento de preços injustificado4.8%

Onde estavam os portugueses durante o apagão?

Quase metade (48,2%) estava em casa. Outros 33,2% no trabalho. Seja onde for, o sentimento dominante foi de frustração. Falhou o essencial: saber o que estava a acontecer e como reagir.

Além da falta de comunicação, mais de metade (57,8%) apontou a ausência de apoio ou informação como um dos principais desafios. E 18,1% sentiu até dificuldade em aceder a água ou comida.

Em que local estava quando ocorreu o apagão?Percentagem
Casa48.2%
Trabalho33.2%
Rua/ Outro espaço público10.8%
Outro 6.8%
Transportes públicos0.6%
Aeroporto0.4%

A operadora mais reclamada? A Digi.

Entre as várias operadoras, a Digi destacou-se — pelas piores razões. Só num dia, somou 504 queixas. Quase metade de todas as reclamações registadas após o apagão.

E ainda foi a última a retomar os serviços. Resultado? Milhares de pessoas sem comunicações durante mais de 24 horas. A página da Digi no Portal da Queixa teve mais de 45 mil visualizações num só dia.

Comunicação: a grande lição para o futuro

Quando se perguntou qual a lição mais importante a tirar desta situação, a resposta foi clara: 42,1% defendeu que é essencial melhorar a comunicação em tempo real. Seguiu-se a garantia de condições mínimas de conforto (22,6%) e o apoio rápido aos cidadãos (21,1%).

Ou seja, o que as pessoas querem é simples: saber o que se passa, o que fazer e a quem recorrer. Sem rodeios, sem desculpas.

Que lição é mais importante para o futuro?Percentagem
Melhor comunicação em tempo real42.1%
Garantia de condições mínimas de segurança e conforto22.6%
Apoio rápido e eficaz aos cidadãos21.1%
Outra 10.2%
Controlo de preços e práticas abusivas4%

Um alerta para todos

Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, resumiu bem a situação: “O apagão evidenciou uma das maiores fragilidades da nossa sociedade atual: a dependência crítica das comunicações.”

Quando o telemóvel deixa de dar sinal e o wi-fi desaparece, a sensação de isolamento instala-se. E o stress cresce. A lição? A comunicação tem de ser prioridade em qualquer plano de resposta a crises.

Este inquérito foi realizado entre 29 e 30 de abril, junto de 2829 participantes — 98% portugueses. Os dados falam por si. O apagão foi técnico, mas o que ficou às escuras foi a gestão.

Sobre o Portal da Queixa

Startup tecnológica portuguesa que ajuda milhares de marcas, todos os dias, em vários países, a gerir a reputação online através da oferta de um serviço de software (SaaS). O software desenvolvido dá a possibilidade às marcas de interagir com os consumidores, consultar as suas experiências de consumo e resolver os seus problemas num processo de melhoria contínua e de elevação do nível de satisfação do cliente. Atualmente a Consumers Trust opera através das cinco plataformas que detém em Portugal (Portal da Queixa), França (Réclame Ici), Espanha (Libro de Quejas), África do Sul (Complaints Book) e Reino Unido.