Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
24 Jun, 2025 - 18:00

As 12 grandes mudanças que o Governo promete até 2029

Cláudia Pereira

Conheça as 12 principais medidas do XXV Governo Constitucional para transformar Portugal. Reforma do Estado, habitação, saúde e mais. Explicado de forma clara e direta.

O XXV Governo Constitucional de Portugal apresentou um programa de governação estruturado em duas componentes: uma Agenda Transformadora, com dez eixos prioritários, e um Programa Setorial com medidas específicas por área governativa.

A Agenda Transformadora define objetivos para o ciclo legislativo em curso, com foco na política de rendimentos, reforma do Estado, crescimento económico, política migratória, serviços essenciais, segurança, justiça, habitação, infraestruturas, gestão da água e investimento em defesa. A seguir, apresentam-se as 12 principais medidas previstas em cada área.

1. Valorização dos rendimentos

O programa prevê o aumento do salário mínimo nacional para 1 100 €, o salário médio para 2 000 € e pensões mínimas para 870 €. Inclui também uma redução do IRS no valor total de 2 mil milhões de euros ao longo da legislatura, com 500 milhões já em 2025, com enfoque na classe média.

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2. Alívio fiscal no IRS

Está prevista uma redução gradual do IRS até 2029, com aplicação imediata de 500 milhões de euros em 2025. A medida incide sobretudo sobre os rendimentos do trabalho, com o objetivo de aumentar o rendimento disponível dos contribuintes.

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3. Reforma do Estado e simplificação administrativa

Inclui-se a revisão da despesa pública em vários ministérios, reestruturação da Administração Pública e criação de mecanismos como deferimento tácito e pontos únicos de contacto para cidadãos e empresas. A digitalização e a interoperabilidade dos serviços também são prioridades.

4. Atualização da legislação laboral

Está prevista a revisão das leis laborais, com foco na adaptação às novas formas de trabalho, na flexibilidade dos contratos, no diálogo social e na revisão das regras da greve. A medida visa equilibrar competitividade empresarial e proteção dos trabalhadores.

5. Regulação e concorrência

O programa propõe o reforço da independência dos reguladores, revisão das ordens profissionais e eliminação de barreiras à entrada em setores regulados. Prevê ainda simplificação dos processos de licenciamento para promover concorrência e inovação.

6. Política migratória regulada

Inclui alterações à Lei da Nacionalidade e à Lei dos Estrangeiros, restrições ao reagrupamento familiar e exigências de integração linguística. Prevê-se a criação de um regime de afastamento rápido de imigrantes ilegais e o reforço da fiscalização.

7. Reforço dos serviços públicos

Incluem-se medidas para melhorar o acesso à saúde (nomeadamente cuidados domiciliários e médicos de família), autonomia das unidades hospitalares, restrição ao uso de telemóveis em contexto escolar até ao 6.º ano e expansão dos transportes públicos.

8. Justiça e segurança interna

As propostas incluem a reforma da Justiça com foco na celeridade processual, digitalização dos tribunais e alteração ao processo penal. Na área da segurança, destacam-se o reforço do policiamento, novos equipamentos tecnológicos e medidas contra o cibercrime e criminalidade organizada.

9. Habitação

Estão previstas 59 mil novas habitações públicas, incentivos fiscais para construção e reabilitação, revisão do regime de arrendamento urbano e injeção de imóveis públicos no mercado. Inclui-se ainda a revisão do licenciamento urbanístico para agilizar processos.

10. Infraestruturas estratégicas

O plano inclui a construção do novo aeroporto, expansão da rede ferroviária de alta velocidade, modernização de portos, reforço da rede elétrica e investimentos em infraestruturas digitais e de transporte público.

11. Gestão dos recursos hídricos

A Estratégia “Água que Une” prevê investimento até 2030 em redes de distribuição, barragens, reutilização de águas residuais e digitalização do ciclo da água. O objetivo é aumentar a eficiência e garantir resiliência face à escassez hídrica.

12. Defesa nacional

O investimento em Defesa Nacional será elevado para 2% do PIB já em 2025, com 20% dessa verba destinada a equipamentos e infraestruturas. O plano inclui o reforço da indústria nacional de defesa e a modernização das Forças Armadas.

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