Ekonomista
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28 Jul, 2025 - 13:30

Associações militares ganham voz na negociação do estatuto remuneratório

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PCP quer que associações militares tenham poder de negociação do estatuto remuneratório e representação legal pelas suas condições.

O PCP propõe uma mudança significativa no papel das associações militares, defendendo a sua inclusão ativa na negociação do estatuto remuneratório e na representação legal dos seus membros. A proposta dá um novo impulso à luta por melhores condições para os militares das forças armadas e alinha Portugal com outros países europeus que já reconhecem o contributo destas estruturas no diálogo institucional.

Ao posicionar as associações militares na linha da frente das decisões legislativas e sociais, o partido pretende garantir mais justiça e voz ativa nas suas condições laborais. A questão das associações militares na negociação do estatuto remuneratório é central neste debate.

Reforçar os direitos dos militares das forças armadas

A proposta comunista, já apresentada noutra legislatura mas interrompida pela dissolução parlamentar, volta à agenda política com especial enfoque no reforço das competências das associações militares. O PCP defende que estas deixem de ser apenas ouvidas, passando a negociar diretamente com o Estado aspetos como o estatuto profissional dos militares, condições sociais e a remuneração militar em Portugal.

Com base na avaliação do partido, a atual legislação militar portuguesa limita indevidamente o direito de associação profissional, o que prejudica os militares no acesso a uma representação legal sólida. Casos em que dirigentes associativos sofreram retaliações pelos seus papéis nas associações fortalecem o argumento de que é urgente uma revisão desta legislação.

Participação ativa na legislação militar portuguesa


A iniciativa pretende alterar a Lei do Direito de Associação Profissional dos Militares, permitindo que estruturas como a Associação de Praças (AP), a Associação Nacional de Sargentos (ANS) e a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) participem ativamente na construção de legislação fundamental. Entre os instrumentos em destaque estão o Estatuto da Condição Militar, o Sistema Retributivo dos Militares das Forças Armadas e o Regulamento de Avaliação e Mérito

Este reforço da representação legal militar visa garantir que as decisões que afetam diretamente a vida profissional dos militares sejam tomadas com transparência e envolvimento. O PCP destaca que esta prática está alinhada com regulamentações noutros países europeus, onde os direitos dos militares incluem a negociação coletiva através de associações representativas.

Repercussão nacional e ligações com outras propostas

Esta proposta surge em linha com outras iniciativas recentes do partido, como a sua posição sobre o envio da nova lei de imigração para o Tribunal Constitucional.

A proposta do PCP representa um avanço considerável na valorização das associações militares e na defesa dos direitos dos militares das forças armadas. Ao consolidar o seu papel na negociação do estatuto remuneratório, na representação jurídica e na participação legislativa, estas estruturas ganham uma nova legitimidade. Trata-se de um passo importante para garantir condições mais justas, integradas e representativas no seio das forças armadas portuguesas.

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