Share the post "Candidaturas às eleições autárquicas de 2025: CDU quer recuperar câmaras-chave"
Com as eleições autárquicas de 2025 no horizonte, a coligação CDU – que junta o PCP e o Partido Ecologista ‘Os Verdes’ – prepara-se para avançar com candidaturas em todos os 308 municípios do país. Após um resultado aquém das expectativas no último ato eleitoral, a CDU aposta agora num regresso firme às câmaras municipais, reforçando o compromisso com as populações e com uma gestão local próxima, participada e orientada para as necessidades reais das comunidades.
O desafio da CDU nas câmaras municipais de Portugal
Nas eleições autárquicas de 2021, a CDU registou o pior resultado da sua história em contexto autárquico, ficando com apenas 19 câmaras municipais. Fortes bastiões como Loures, Moita, Montemor-o-Novo e Mora escaparam ao controlo da coligação. Para as eleições autárquicas de 2025, o objetivo é claro: recuperar municípios-chave, reforçar a presença onde ainda governa e não deixar nenhum território por disputar.
De acordo com Jorge Cordeiro, dirigente nacional da CDU, o empenho da coligação vai muito além de números. A prioridade passa por “consolidar e reforçar” as câmaras onde ainda têm presença e investir fortemente em municípios onde a derrota anterior foi por margem reduzida. Loures e Moita surgem neste contexto como apostas prioritárias, com a CDU a preparar campanhas robustas e de forte ligação ao eleitorado local.
Reeleição autárquica e limitação de mandatos
Um dos maiores desafios desta nova fase da CDU prende-se com a obrigatoriedade de renovar lideranças, devido ao limite legal de três mandatos consecutivos. Em 11 das 19 câmaras que ainda detém, a coligação terá de apresentar novos candidatos — uma transição que poderá representar tanto uma fragilidade como uma oportunidade.
Um exemplo notório é Évora, onde Carlos Pinto Sá deixará o cargo, o eurodeputado comunista João Oliveira será o novo rosto da coligação. A esperança reside no facto de a renovação de autarcas não ter impedido, em eleições anteriores, o crescimento da coligação. Em 2013, por exemplo, a substituição de doze presidentes de câmara permitiu ainda assim à CDU crescer de 28 para 34 municípios.
A experiência consolidada, os quadros formados ao longo dos anos e a implementação de políticas locais valorizadas continuam a ser trunfos destacados pela CDU neste novo ciclo autárquico.
Coligações políticas e ameaça de novas forças
O panorama político português transformou-se significativamente nos últimos anos, com o surgimento e crescimento de novas forças políticas. Na preparação das candidaturas autárquicas de 2025, é necessária uma leitura estratégica das coligações políticas em Portugal, bem como a compreensão dos riscos e oportunidades colocados por forças emergentes como o Chega.
A antiga presidente da câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, eleita pela CDU, é agora candidata como independente com apoio do PSD. Caso emblemático de oposição PSD CDU, esta realidade poderá fragmentar o eleitorado tradicional da coligação e alterar dinâmicas previamente estáveis.
O crescimento do partido Chega também merece atenção. Este partido foi a primeira ou segunda força política nas últimas legislativas em localidades governadas atualmente pela CDU, como Palmela, Serpa e Silves. Apesar de ainda apresentar fraca estrutura ao nível local, a sua presença crescente poderá impactar os resultados em algumas regiões.
Por outro lado, partidos como a Iniciativa Liberal também prometem um aumento substancial de candidaturas e coligações. Esta expansão poderá baralhar o jogo eleitoral em muitos municípios, obrigando a CDU a reforçar a ligação direta às populações e a sublinhar o seu legado de gestão participada e competente.
A dinâmica entre coligações e forças locais, a renovação de lideranças e o foco em concelhos estratégicos mostram uma CDU ativa e determinada. O artigo CDU quer candidatar-se a todos os municípios e “consolidar e reforçar” câmaras aprofunda a ambição da coligação para estas autárquicas.
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