Share the post "Cimeira da NATO define meta de 5 % do PIB para defesa até 2035"
Os líderes dos 32 países da NATO acordaram uma nova meta conjunta: investir, até 2035, 5 % do PIB na área da defesa. Esta proposta representa mais do dobro da meta anterior de 2 % e distribui-se da seguinte forma:
- 3,5 % para defesa convencional: forças armadas, manutenção, equipamentos, treino e modernização.
- 1,5 % para segurança cibernética, infraestruturas críticas e logística militar: proteção digital, transporte estratégico e resiliência estrutural.
Esta decisão responde à crescente complexidade do panorama geopolítico e à necessidade de antecipar ameaças híbridas e tecnológicas.
Adaptação faseada para países como Portugal
A nova meta não será aplicada de forma uniforme nem imediata. Foi garantida flexibilidade para que cada Estado-membro possa ajustar o esforço orçamental segundo as suas condições internas. Portugal, por exemplo, beneficiará de uma implementação gradual, com metas progressivas e sem imposição de tetos anuais fixos.
Ponto de verificação em 2029
Para garantir que o plano avança com consistência, ficou estabelecido um ponto de verificação em 2029. Nessa altura, os Estados-membros deverão apresentar os seus progressos e, se necessário, rever os calendários de investimento.
Este mecanismo de acompanhamento permite flexibilidade sem perder de vista o objetivo final, promovendo a responsabilização e a partilha de boas práticas entre aliados.
Reforço do Artigo 5: um por todos
Foi reafirmado de forma clara o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, pilar da Aliança, que estipula que um ataque a um Estado-membro é considerado um ataque a todos. Esta reafirmação visa fortalecer a dissuasão e a solidariedade estratégica, particularmente num contexto de ameaças múltiplas — do ciberespaço ao espaço aéreo.
Outros eixos estratégicos
A cimeira de Haia não se limitou à questão orçamental. Foram também aprovadas medidas complementares:
- Estratégia Comercial Espacial da NATO: reforço da cooperação em satélites, navegação e vigilância orbital.
- Integração acelerada de tecnologias emergentes: inteligência artificial, sistemas autónomos e defesa cibernética de nova geração.
Estas iniciativas refletem a preparação da Aliança para responder a ameaças futuras de forma integrada e multidimensional.