Ekonomista
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25 Jun, 2025 - 16:00

Cimeira da NATO define meta de 5 % do PIB para defesa até 2035

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A NATO comprometeu-se com uma nova meta de investimento em defesa: 5 % do PIB até 2035. Saiba o que está em causa, os principais desafios e como países como Portugal poderão adaptar-se.

Os líderes dos 32 países da NATO acordaram uma nova meta conjunta: investir, até 2035, 5 % do PIB na área da defesa. Esta proposta representa mais do dobro da meta anterior de 2 % e distribui-se da seguinte forma:

  • 3,5 % para defesa convencional: forças armadas, manutenção, equipamentos, treino e modernização.
  • 1,5 % para segurança cibernética, infraestruturas críticas e logística militar: proteção digital, transporte estratégico e resiliência estrutural.

Esta decisão responde à crescente complexidade do panorama geopolítico e à necessidade de antecipar ameaças híbridas e tecnológicas.

Adaptação faseada para países como Portugal

A nova meta não será aplicada de forma uniforme nem imediata. Foi garantida flexibilidade para que cada Estado-membro possa ajustar o esforço orçamental segundo as suas condições internas. Portugal, por exemplo, beneficiará de uma implementação gradual, com metas progressivas e sem imposição de tetos anuais fixos.

Ponto de verificação em 2029

Para garantir que o plano avança com consistência, ficou estabelecido um ponto de verificação em 2029. Nessa altura, os Estados-membros deverão apresentar os seus progressos e, se necessário, rever os calendários de investimento.

Este mecanismo de acompanhamento permite flexibilidade sem perder de vista o objetivo final, promovendo a responsabilização e a partilha de boas práticas entre aliados.

Reforço do Artigo 5: um por todos

Foi reafirmado de forma clara o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, pilar da Aliança, que estipula que um ataque a um Estado-membro é considerado um ataque a todos. Esta reafirmação visa fortalecer a dissuasão e a solidariedade estratégica, particularmente num contexto de ameaças múltiplas — do ciberespaço ao espaço aéreo.

Outros eixos estratégicos

A cimeira de Haia não se limitou à questão orçamental. Foram também aprovadas medidas complementares:

  • Estratégia Comercial Espacial da NATO: reforço da cooperação em satélites, navegação e vigilância orbital.
  • Integração acelerada de tecnologias emergentes: inteligência artificial, sistemas autónomos e defesa cibernética de nova geração.

Estas iniciativas refletem a preparação da Aliança para responder a ameaças futuras de forma integrada e multidimensional.

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