Ekonomista
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14 Ago, 2025 - 18:45

Comboio internacional Celta Porto-Vigo suspenso: críticas ao Governo e à CP disparam

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Corte no comboio internacional Celta Porto-Vigo gera críticas e reacende debate sobre mobilidade ferroviária no Norte e ligação à Galiza.

O corte na ligação direta do comboio internacional Celta Porto-Vigo está a provocar uma onda de críticas ao Governo português e à CP, avivando preocupações sobre a mobilidade ferroviária entre o Norte de Portugal e a Galiza.

A decisão de impor um transbordo obrigatório em Viana do Castelo torna o trajeto menos conveniente e levanta dúvidas sobre o futuro da ligação ferroviária transfronteiriça. Com milhares de passageiros dependentes deste serviço operado pela CP e Renfe, as vozes de indignação multiplicam-se.

Consequências do transbordo em Viana do Castelo para a ligação transfronteiriça

A descontinuidade da ligação Porto Galiza afasta passageiros

Desde 2013, o comboio internacional Celta assegurava a ligação ferroviária direta entre Porto e Vigo, com elevada procura anual — cerca de 120 mil passageiros. Com a suspensão da ligação direta, os passageiros deparam-se agora com um transbordo em Viana do Castelo, medida tida como “temporária e excecional”, mas sem data concreta de reversão.

Esta mudança compromete a conveniência do transporte ferroviário entre Porto e Galiza, podendo afastar utilizadores frequentes, turistas e trabalhadores transfronteiriços. A perda de continuidade reduz a atratividade de uma conexão que muitos consideravam estratégica para a coesão ibérica.

Centralismo nas infraestruturas penaliza o Norte

A decisão foi recebida com indignação por várias figuras políticas e autarquias do Norte. O candidato Manuel Pizarro acusou o Governo e a CP de tomar a decisão “às escondidas“, prejudicando a região e desrespeitando os seus cidadãos.

Estes protestos não se resumem apenas à suspensão do comboio internacional Celta Porto-Vigo. Representam, segundo vários autarcas, um padrão de centralismo e desinvestimento no transporte público a norte, que se reflete em decisões que negligenciam o impacto regional.

O futuro indefinido da ligação ferroviária Porto-Vigo

Alta velocidade Porto Vigo continua distante

O serviço ferroviário de alta velocidade entre Porto e Vigo já foi apresentado como prioridade, mas estima-se que não esteja operacional antes de cinco a sete anos. Até lá, o comboio internacional Celta permanece como o único meio direto de transporte ferroviário entre Portugal e a Galiza.

Este contexto torna ainda mais preocupante a suspensão atual. O autarca Luís Nobre promete monitorizar a operação com transbordo até dezembro e defende novos investimentos na linha do Minho, essenciais à qualidade da ligação ferroviária Norte Portugal.

Outros candidatos, como Filipe Araújo, Diana Ferreira e Sérgio Aires, reforçam a urgência de preservar esta ligação. Todos denunciam a ausência de compromisso do Governo e da CP em garantir uma ligação ferroviária transfronteiriça de qualidade, essencial à conectividade e desenvolvimento regional.

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