Sónia Rodrigues
Sónia Rodrigues
21 Mar, 2018 - 10:28

Como liquidar dívidas: 7 passos a seguir

Sónia Rodrigues

Quando pensa em pagar as suas dívidas só lhe apetece fugir? Há uma solução melhor! Tome nota das nossas dicas para saber como liquidar dívidas.

mulher a analisar cartão e recibos com máquina de calcular ao lado

Não sabe bem como chegou aqui mas, entre a prestação do carro, da casa, do empréstimo da universidade e da festa do casamento, acumulou tantas dívidas que já não sabe para onde se virar.  É possível sair desse sufoco mas é urgente que trace um plano para saber como liquidar dívidas. Enfiar a cabeça debaixo da areia, como a avestruz, é que não é solução.

Por cada crédito contraído, seja ele de que natureza for, sabemos que temos de considerar a prestação em si e os juros que, no caso de ter mais do que um crédito, será mais uma despesa a pagar. Se esta fase já é uma realidade, estamos perante uma situação financeiramente descontrolada e é urgente parar para pensar no passo seguinte.

Como liquidar dívidas: 7 passos

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1. Liste as suas responsabilidades mensais

Mas todas mesmo. Inclua aquele lanche extra de fim-de-semana de que até agora nunca abdicou! E comece a pensar em cortar. A liquidação das dívidas só será uma realidade mais aceitável quando perceber que terá de abdicar de algumas coisas para conseguir atingir os objetivos. E este é um daqueles sacrifícios que não vai dar para contornar até conseguir o equilíbrio!

2. Dê prioridade às dívidas e despesas correntes

Separe religiosamente todo o dinheiro para liquidar as dívidas e despesas correntes e, se ajudar, levante o que lhe sobra. Trabalhar com dinheiro pode ser a forma mais eficaz de evitar despesas desnecessárias. Antes de o gastar vai pensar duas vezes se aquele dinheiro não lhe fará falta noutra situação bem mais importante.

3. Negoceie taxas de juro e prazos de pagamento

Esta é uma das melhores formas para liquidar as dívidas. Analise as suas dívidas e tente perceber se é viável a negociação das taxas de juros e até mesmo os prazos de pagamento. Apesar de podermos estar a prolongar o pagamento da dívida, se conseguirmos reduzir de forma significativa a taxa de juro, podemos, ainda assim, ficar a pagar menos e o encargo ser mais fácil de suportar.

4. Procure programas de apoio específico

Problemas graves requerem soluções mais drásticas e, felizmente, há um conjunto de organismos/ instituições que dão apoio concreto às necessidades de cada um:

APOIARE: com sede em Lisboa e uma delegação no Porto, quem recorre à APOIARE pode contar com apoio ao nível da ajuda técnica especializada no endividamento. Como é uma associação sem fins lucrativos, todos os serviços são prestados de forma confidencial e gratuita.

Gabinete de Assistência ao Endividamento: também com sede em Lisboa mas a operar em todo o território nacional temos o Gabinete de Assistência ao Endividamento que, perante uma situação económica fragilizada estudo minuciosamente a viabilidade económico-financeira de quem solicita o serviço, apresentando a melhor solução para cada caso.

DECO: também pode ajudar através do Gabinete de Apoio ao sobreendividado. Aqui a informação e o aconselhamento são a parte mais importante de todo o processo. Tanto na parte da gestão do orçamento familiar como na negociação junto da banca e de outros credores envolvidos.

SOS Famílias endividadas: programa de apoio promovido em parceria pela Confederação Nacional de Associação de Famílias e pelo Centro de Apoio ao Endividado. Aberto a particulares e famílias, o recurso a este programa é feito através de formulário próprio, onde há uma descrição minuciosa de toda a situação financeira do proponente. Assim que submetido, o caso será analisado e será apresentada a solução possível perante os dados apresentados. Em caso de negociação, este programa só permite liquidar dívidas com privados.

5. Recorra ao crédito consolidado

Face ao sobre endividamento das famílias e ao crédito mal parado, que teve um aumento brutal com a última crise económica, a banca e outras instituições financeiras têm também, ao seu dispor, uma solução que dá pelo nome de crédito consolidado e que lhe permitirá reorganizar e liquidar as suas dívidas.

Cada caso é um caso e este tipo de plano pode e deve ser ajustado à medida da necessidade de cada um. Quando solicitado e concedido o crédito consolidado, todos os créditos são fundidos numa só prestação. Pretende-se com isto ter uma prestação seguramente mais baixa do que a soma de todas as prestações até então em vigor, podendo ainda sofrer um ajuste/alargamento do prazo. Esta medida permitirá às famílias uma reorganização financeira mais equilibrada, sem prejuízo da liquidação das dívidas contraídas.

6. Pague as dívidas mais altas

O ideal seria que pagasse todas as dívidas ao mesmo tempo, porém, se isso não for possível, vai ter que priorizar os pagamentos. As despesas correntes da casa não podem falhar, sob pena de ficar sem as condições mínimas para viver. Falamos da renda ou empréstimo e das contas da energia, da água e da alimentação.

As restantes dívidas devem ser pagas de acordo com as taxas de juro associadas. Deve pagar primeiro ou numa percentagem maior aquela que tem a taxa de juro mais alta. Se for possível, continue a pagar as restantes mas mantenha estas prestações no valor mínimo. Quanto mais depressa liquidar as dívidas com os juros mais elevados, menos dívida acumula.

7. Peça ajuda

Para terminar a nossa lista de dicas para saber como liquidar dívidas, é importante que tenha alguma disciplina. Por isso, se não conseguir fazê-lo sozinho, peça ajuda. Pode ser a um familiar ou amigo com experiência na área.

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