Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
05 Set, 2025 - 16:45

Concurso Especial de Acesso a Medicina envolto em polémica

Cláudia Pereira

Pressões políticas no acesso a Medicina geram polémica. Reitor denuncia interferências. Saiba o que está em causa para 2025/2026.

O Concurso Especial de Acesso a Medicina voltou ao centro das atenções com a revelação de alegadas pressões políticas para admitir candidatos sem a classificação exigida. O PSD solicitou uma audição urgente no Parlamento para esclarecer o envolvimento do Ministro da Educação e de responsáveis da Universidade do Porto.

Este caso levanta sérias preocupações sobre a integridade dos processos de admissão no ensino superior e a possível criação de vagas supranumerárias ilegais. Saiba tudo sobre esta polémica que poderá moldar o acesso à Medicina em 2025/2026.

Reitor da Universidade do Porto denuncia pressões para admissão ilegal

No epicentro da controvérsia sobre o Concurso Especial de Acesso a Medicina está António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto e membro do conselho estratégico do PS. Em declarações divulgadas pelo semanário Expresso, o reitor alega ter sido pressionado por “pessoas influentes” para admitir cerca de 30 estudantes na Faculdade de Medicina, mesmo sem que estes tivessem alcançado o mínimo exigido por lei.

Vagas supranumerárias e parecer jurídico da IGEC

Em causa está uma proposta de criação de 30 vagas adicionais (‘supranumerárias’) na Faculdade de Medicina. O ministro Fernando Alexandre pretendeu avaliar a possibilidade da sua legalidade e pediu um parecer oficial da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC).

O parecer desta instituição revelou-se desfavorável: juridicamente inadmissível, referindo riscos graves de violação dos princípios de igualdade, legalidade e segurança jurídica. Os candidatos excluídos no processo também apresentaram uma exposição formal, o que motivou uma análise pela Provedoria de Justiça.

Consequências políticas e impacto no ensino superior

O surgimento de admissões anunciadas a estudantes antes de qualquer aprovação ou decisão oficial levanta sérias dúvidas sobre a transparência e legalidade no acesso à Medicina. O caso ameaça minar a confiança dos cidadãos nos concursos públicos para o ensino superior.

O PSD classifica a situação como “de extrema gravidade” e defende que apenas uma apuração rigorosa poderá restaurar a credibilidade do processo. Insiste ainda que o objetivo do ministro foi única e exclusivamente encontrar uma solução legal para um eventual aumento de vagas.

Rumo ao acesso à Medicina 2025/2026: reformas à vista?

Com a polémica ainda a desenvolver-se e o processo aberto na IGEC, o futuro do Concurso Especial de Acesso a Medicina 2025/2026 poderá ser impactado por novas diretrizes ou restrições. O caso criou espaço para um debate alargado sobre os critérios de admissão, meritocracia e o papel das faculdades na defesa da equidade.

Espera-se que, à luz desta controvérsia, o Governo, o Parlamento e as universidades tomem medidas eficazes para garantir processos justos e blindados contra pressões externas.

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