Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
03 Out, 2025 - 12:45

Eleições Autárquicas de Lisboa: 9 candidatos e as suas propostas-chave

Cláudia Pereira

Conheça os 9 candidatos e compare as suas propostas para habitação, segurança, trânsito e higiene urbana.

Com as Eleições Autárquicas Lisboa 2025 cada vez mais próximas, intensifica-se o debate sobre o futuro da capital portuguesa. Nove candidatos disputam a liderança da Câmara Municipal de Lisboa, apresentando propostas divergentes para temas que afetam diretamente os cidadãos: habitação, segurança, higiene urbana e transportes públicos.

Neste artigo, aprofundamos os pontos-chave do confronto político, dando-lhe uma visão clara das ideias em jogo – incluindo as de figuras de destaque como Carlos Moedas e Alexandra Leitão, assim como dos candidatos menos conhecidos, mas com propostas disruptivas. Prepare-se para uma análise objetiva que o ajudará a escolher com consciência.

Propostas de Carlos Moedas e Alexandra Leitão: dois modelos para Lisboa

Coligação Por Ti Lisboa vs Viver Lisboa – quem tem o melhor plano?

Carlos Moedas, atual presidente da câmara e candidato pela coligação Por Ti Lisboa (PSD, CDS-PP, IL), aposta na continuidade e aceleração dos “grandes projetos já iniciados”. Critica a participação do Bloco de Esquerda Lisboa na coligação adversária, por considerar que representa uma deriva para a radicalização política na gestão da cidade.

Do outro lado, Alexandra Leitão lidera a coligação Viver Lisboa (PS, BE, Livre, PAN), propondo uma mudança clara. Pretende reverter “anos de desorganização”, com políticas focadas na habitação acessível, moderação do crescimento turístico e combate ao abandono urbano. Entre as medidas está uma moratória à construção de novos hotéis e um travão no licenciamento de alojamento local.

A crise habitacional e o urbanismo em confronto

No centro do debate autárquico está a habitação. Moedas destaca a entrega de quase 3.000 casas, mas sem indicar quantas foram efetivamente construídas de raiz. Leitão responde com medidas para reduzir a pressão turística, promover rendas acessíveis e recuperar imóveis devolutos.

João Ferreira, da CDU Lisboa, introduz o conceito de urbanismo ético em Lisboa, que valoriza o património público e aposta nas cooperativas habitacionais. Já partidos como Volt e PPM/PTP propõem medidas fiscais severas contra casas vazias, através do agravamento do IMI.

Ossanda Líber, da Nova Direita, propõe uma solução rápida para a classe média através da construção em massa com materiais ecológicos e modelos habitacionais padronizados.

Higiene, transportes e trânsito: que soluções existem?

Como limpar Lisboa? Centralização ou reforço às freguesias?

A higiene urbana divide candidatos. Moedas e João Ferreira defendem uma entidade centralizada para garantir maior eficácia. Já Alexandra Leitão propõe descentralização, entregando às juntas de freguesia os meios necessários para ações rápidas. Luís Mendes (RIR) sugere um “conselho de estado local” para decisões estratégicas com especialistas e maior participação cidadã.

Tomaz Dentinho (PPM/PTP) aposta na responsabilização individual, propondo impostos proporcionais ao volume de lixo, uma medida com potencial para reduzir resíduos e promover práticas sustentáveis.

Trânsito em Lisboa: soluções e mobilidade sustentável

No capítulo da mobilidade, os candidatos convergem quanto à necessidade de melhorar os transportes públicos na cidade de Lisboa. Mais faixas BUS, reforço da Carris e aposta nos passes sociais estão entre as propostas comuns.

Contudo, as ciclovias continuam a gerar desacordo. As coligações mais à esquerda defendem a expansão da rede como via essencial para combater o trânsito e as emissões. Já candidaturas como ADN e Nova Direita mantêm reservas, preferindo “resolver primeiro os problemas estruturais” antes de alterar o espaço viário.

Segurança em Lisboa: entre vigilância e policiamento comunitário

A segurança em Lisboa suscitou grande debate. Carlos Moedas reconhece um aumento de pequenos delitos e propõe reforço da PSP e da Polícia Municipal.

À direita, o Chega e Nova Direita consideram que a cidade “está a tornar-se perigosa”, exigindo sistemas de videovigilância e penas mais duras. Bruno Mascarenhas (Chega) rompe com os partidos tradicionais, acusando PSD e PS de manterem um sistema ineficaz.

Já à esquerda, prevalecem abordagens assentes na prevenção: policiamento de proximidade, investimento em iluminação pública e reforço dos equipamentos sociais.

Alternativas ao ciclo PSD/PS e vozes emergentes

Os partidos sem assento na Câmara Municipal de Lisboa aproveitam o palco mediático para criticar a alternância entre PSD e PS, propondo uma nova visão para a cidade.

José Almeida (Volt) acusa os partidos dominantes de governarem Lisboa ao serviço das grandes tecnológicas e promessas vagas. Luís Mendes (RIR) apresenta soluções de proximidade, como a criação de um lar por freguesia e serviços municipais móveis.

Partilhe este artigo para ajudar outros cidadãos a escolherem de forma consciente. Qual destas propostas representa melhor o futuro que deseja para Lisboa?

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