Share the post "Presidenciais 2026: os candidatos e o que propõem para o futuro de Portugal"
Com Marcelo Rebelo de Sousa a terminar o seu segundo mandato, o país prepara-se para escolher o próximo Presidente da República num dos cenários mais diversificados da democracia portuguesa. São vários os candidatos que se apresentam à corrida de 18 de janeiro de 2026, vindos de diferentes quadrantes políticos e experiências de vida.
Os candidatos a presidente em 2026
São diversos nomes que se apresentam com diferentes motivações, estilos e visões para o papel de Presidente da República. Da esquerda à direita, do discurso popular à técnica institucional, conheça cada candidatura atual, por ordem alfabética, com o essencial sobre o que defendem.
André Pestana, professor e líder sindical do STOP, afirma-se como o candidato da educação e dos trabalhadores. Propõe uma presidência comprometida com a justiça laboral, a valorização do ensino público e a denúncia da precariedade nas profissões essenciais. Vê o cargo como uma plataforma para defender quem não tem voz.
André Ventura, líder do Chega, aposta numa candidatura fortemente marcada pela retórica securitária, nacionalista e anti-sistema. Defende uma presidência ativa no combate ao que chama de “decadência do regime”, reforçando a autoridade do Estado e propondo mudanças constitucionais que lhe permitam intervir mais no sistema político.
Ângela Maryah é coach internacional e candidata independente com uma abordagem centrada no desenvolvimento humano. Defende uma presidência baseada na consciência social, no bem-estar emocional e na liderança inspiradora. A sua proposta é trazer uma nova forma de exercer o poder, mais empática, regeneradora e próxima das necessidades espirituais e sociais do país.
António Filipe, deputado e jurista do PCP, aposta numa presidência institucionalmente sólida, rigorosa no cumprimento da Constituição e defensora da justiça social. Valoriza o papel do Estado, os direitos dos trabalhadores e o reforço dos serviços públicos como garantias fundamentais da democracia.
António José Seguro, ex-líder do Partido Socialista, apresenta uma candidatura de equilíbrio, recusa alinhamentos partidários e defende uma presidência que una, em vez de dividir. Acredita na estabilidade política, na ética republicana e num Presidente vigilante, mas respeitador da separação de poderes.
Aristides Teixeira, dirigente associativo e ativista de esquerda, apresenta-se como representante das causas populares e trabalhistas. Pretende resgatar os valores de Abril, dar protagonismo aos movimentos sociais e garantir uma presidência que escute os mais excluídos, com forte compromisso social e intervenção em temas de justiça económica.
Bruno Monteiro, historiador e dirigente político do movimento Cidadania e Democracia, apresenta-se como candidato independente com uma forte componente cívica e reformista. Defende uma presidência ao serviço da renovação democrática, do reforço dos direitos sociais e da justiça fiscal. Destaca a necessidade de combater a corrupção, travar o domínio dos grandes interesses económicos e devolver à política um sentido de missão pública, com transparência e participação cidadã alargada.
Bruno Morgado é um jovem libertário com uma proposta de reforma profunda do sistema político. Defende a descentralização do poder, a redução do Estado e o alargamento da participação democrática através de tecnologias digitais. Quer um país mais livre, com menos burocracia e mais autonomia local.
Catarina Martins, ex-porta-voz do Bloco de Esquerda, candidata-se com uma plataforma centrada na justiça social, defesa dos direitos humanos e combate à concentração de poder económico. Defende uma presidência com voz ativa na proteção dos serviços públicos, habitação acessível, igualdade de género e transição climática. Assume um mandato interventivo, comprometido com os valores da esquerda progressista e com a defesa firme da Constituição.
Eduardo Lourenço, jurista e professor universitário, surge como candidato independente com um discurso centrado na ética republicana, no reforço da responsabilidade institucional e na valorização do Estado de direito. Defende uma presidência que funcione como garante da estabilidade constitucional, promotora do debate informado e defensora dos princípios da cidadania activa, focada no equilíbrio entre poderes e no respeito pelas liberdades fundamentais.
Henrique Gouveia e Melo, almirante na reserva e figura central na campanha de vacinação, apresenta uma candidatura de rigor técnico e neutralidade institucional. Pretende uma presidência sem protagonismos partidários, com autoridade moral e dedicação à estabilidade nacional, afastada de polémicas e conflitos.
Hugo Gonçalo Louret Pires, professor e candidato independente às presidenciais de 2026, apresenta‑se com uma plataforma centrada na educação, no desenvolvimento cultural e no reforço da participação cidadã. Defende uma presidência aberta ao diálogo, à inovação social e ao empoderamento das comunidades locais, com especial atenção à juventude e ao futuro do país.
Joana Amaral Dias, psicóloga e ex-deputada, concorre com o apoio do partido ADN. Defende uma presidência combativa, com forte crítica ao sistema político atual, marcada pela defesa dos direitos civis, da saúde pública e da transparência. Propõe um modelo alternativo de democracia direta e participação cidadã.
João Cotrim de Figueiredo, ex-líder da Iniciativa Liberal, aposta numa presidência liberal, com foco na liberdade económica, responsabilidade individual e combate ao excesso do Estado. Defende uma atuação mais assertiva na defesa do contribuinte e na promoção da iniciativa privada como motor de desenvolvimento.
Jorge Pinto, professor universitário e deputado pelo Livre, apresenta uma candidatura independente com forte inspiração republicana, ecologista e progressista. Defende uma presidência próxima das pessoas, promotora da justiça social, da transparência e do combate à corrupção. Compromete-se com uma visão de futuro inclusiva e sustentável, aliando causas sociais a valores cívicos.
José Cardoso, dissidente da Iniciativa Liberal e agora ligado ao Partido Liberal Social, apresenta uma candidatura centrada na ética, liberdade individual e simplificação do Estado. Propõe medidas de combate à corrupção, incentivo à atividade económica e uma presidência fiscalizadora do poder executivo.
Luís Marques Mendes, ex-presidente do PSD e figura conhecida da comunicação social, propõe uma presidência de moderação, sensatez e estabilidade. Defende o reforço da representação dos emigrantes, a revisão do modelo de voto e um presidente que atue como árbitro e promotor de consensos, sem mediatismos.
Luís Maximiano, jurista e candidato independente, apresenta-se às presidenciais com uma mensagem centrada na justiça, no reforço do Estado de direito e na ética pública. Defende uma presidência interventiva na proteção das liberdades fundamentais, na transparência institucional e na promoção de reformas estruturais que garantam maior equilíbrio entre os poderes.
Manuel João Vieira, artista plástico e músico, conhecido pelas suas candidaturas presidenciais irreverentes, volta a concorrer com uma abordagem satírica e provocadora. A sua presença na corrida representa uma crítica performativa ao sistema político, desafiando as normas convencionais da representação democrática com humor, criatividade e ironia política.
Manuela Magno, ligada ao Volt, apresenta-se como uma candidata independente com propostas centradas na igualdade, participação cívica e direitos humanos. Quer uma presidência progressista e moderna, que aproxime a política dos cidadãos e promova uma nova cultura democrática, mais inclusiva e colaborativa.
Orlando Cruz é um veterano das urnas, com passagens por vários partidos e um discurso marcado pelo nacionalismo moderado. Apresenta-se como uma alternativa ao sistema político tradicional e defende valores conservadores, a autoridade do Estado e o reforço da soberania nacional.
Pedro Tinoco de Faria, tenente-coronel na reserva, propõe uma presidência com valores patrióticos, disciplina institucional e respeito pelas Forças Armadas. Defende o combate à corrupção, a valorização da soberania e o regresso ao civismo e dever cívico como pilares da República.
Raul Perestrello, empresário madeirense, aposta numa candidatura voltada para o interior e as regiões autónomas. Defende uma presidência mais próxima dos cidadãos, promotora da justiça territorial e do reconhecimento das identidades regionais no seio da nação portuguesa.
Rui Costa, técnico informático e ativista cívico, concorre como independente com uma proposta centrada na cidadania digital, na modernização do Estado e na promoção da transparência pública. Defende uma presidência acessível e participativa, com foco na inclusão tecnológica, na eficiência da administração e na proteção dos direitos civis no ambiente digital.
Sérgio Gave Fraga, empresário e candidato independente, apresenta uma visão presidencial centrada na responsabilidade económica, na inovação e na valorização do mérito individual. Defende a simplificação administrativa, o apoio à iniciativa privada e o reforço do papel do Presidente como garante do interesse nacional em tempos de incerteza.
Tino de Rans, ou Vitorino Silva, é a candidatura mais popular e emocional da lista. Apresenta-se como defensor do cidadão comum, com um discurso direto, genuíno e livre de tecnocracias. Quer humanizar a política, promover a proximidade e dar voz a quem normalmente é ignorado.
Vítor Rodrigues, psicólogo e professor universitário, apresenta uma candidatura voltada para o bem-estar social, a saúde mental e o reforço dos valores humanos na política. Defende uma presidência promotora da empatia, da paz social e do desenvolvimento sustentável, colocando a dignidade humana no centro da ação política e institucional.
Um desafio democrático a várias vozes
As eleições presidenciais de 2026 refletem um momento raro na história democrática portuguesa: a possibilidade real de escolha entre múltiplas visões de país, protagonizadas por candidatos com origens e propostas muito distintas.
Partilhe este artigo e acompanhe as eleições para saber tudo sobre os candidatos e os debates até 18 de janeiro.
*Lista em constante atualização.