Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
14 Ago, 2025 - 17:00

Eleições Presidenciais em 2026: quem já avançou e quem desistiu?

Cláudia Pereira

Descubra quem vai a votos e quem desistiu das eleições presidenciais de 2026. Veja os candidatos e o que está por definir.

As eleições presidenciais de Portugal aproximam-se e o cenário político começa a clarificar-se entre novos rostos, desistências inesperadas e estratégias ainda em aberto. Esta corrida a Belém promete ser uma das mais marcantes dos últimos anos, com candidatos de diferentes quadrantes políticos e independentes a disputarem a confiança dos portugueses.

Neste artigo, traçamos um panorama atualizado da corrida presidencial portuguesa, focando quem já confirmou a intenção de se candidatar, quem optou por recuar e as possíveis surpresas que ainda podem alterar o rumo das eleições presidenciais que se realizar a 18 de janeiro de 2026

Candidatos presidenciais de 2026 já confirmados

João Cotrim de Figueiredo e a candidatura liberal

João Cotrim de Figueiredo, eurodeputado e ex-líder da Iniciativa Liberal, confirmou oficialmente a sua entrada na corrida, afirmando representar uma candidatura “aberta e abrangente”. Apesar de ser uma figura ligada à IL, reforça que não será um candidato exclusivamente partidário.

Com um discurso voltado para os valores da liberdade e da modernização institucional, o liberal aposta na captação do voto urbano e jovem, procurando distinguir-se entre os candidatos do centro-direita.

A esquerda e a direita marcam posição

Do lado esquerdo do espectro político, António José Seguro apresentou a sua candidatura com um discurso centrado na confiança e renovação. O antigo líder do PS defende que “o país precisa de mudança e esperança“, acreditando que o seu perfil moderado pode unir os portugueses.

António Filipe, candidato do CDU às presidenciais, aposta numa mensagem de defesa intransigente da Constituição e dos direitos sociais, com especial enfoque no combate às desigualdades e na valorização dos serviços públicos. Procura mobilizar o eleitorado de esquerda mais tradicional, ao mesmo tempo que apela a independentes que partilhem os seus ideais de justiça social e soberania nacional.

Na frente do centro-direita, Luís Marques Mendes, ex-líder do PSD, lançou a sua candidatura apelando à estabilidade política e institucional. Mendes declara-se como o “Presidente de todos os portugueses“, apostando num perfil institucional e conciliador.

Outro nome de peso é o Almirante Gouveia e Melo, cuja imagem pública ascendeu após liderar a task force de vacinação. Reforça a sua entrada na corrida com a promessa de restaurar o rumo do país face à instabilidade política.

Em junho deste ano, a psicóloga Joana Amaral Dias lançou a sua candidatura com o apoio do partido ADN. Posicionada atualmente na direita radical, a comentadora política tem um percurso marcado por passagens por vários partidos — do Bloco de Esquerda à coligação AGIR e ao Nós, Cidadãos —, apresentando-se agora “contra os globalistas”.

André Ventura, líder do Chega, confirmou oficialmente a sua candidatura às eleições presidenciais de 2026. Apresentou-se como candidato com o objetivo de dar voz a uma parte do eleitorado que se sente excluída do sistema político tradicional, sublinhando a importância “institucional decisiva” do cargo presidencial. Entre os seus argumentos, destacou temas como o veto à recente lei da imigração, sinalizando que pretende assumir um papel ativo na defesa das suas bandeiras políticas.

Veja também Eleições Presidenciais 2026: Gouveia e Melo em queda e Seguro em forte ascensão

Novas vozes e independentes entram na disputa

Tim Vieira e André Pestana como alternativas fora dos partidos

A corrida presidencial portuguesa abre espaço a figuras fora do sistema partidário convencional. Tim Vieira, empresário e antigo participante do programa Shark Tank, surge como candidato independente, apresentando-se como uma nova maneira de fazer política, livre de fardas e siglas ideológicas. Propõe-se a ser a voz dos descontentes com o sistema tradicional.

Por outro lado, André Pestana, dirigente do Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (STOP), avança com uma agenda centrada nos direitos laborais, na justiça social e no reforço dos serviços públicos. A sua candidatura procura captar apoio entre professores, jovens e trabalhadores do setor público.

Os repetentes voltam à cena política

Entre os nomes que já confirmaram a intenção de disputar a presidência em 2026, há rostos bem conhecidos de anteriores corridas a Belém. Manuela Magno, antiga professora universitária cuja candidatura foi rejeitada pelo Tribunal Constitucional em 2006, regressa agora, aos 72 anos, com um manifesto a favor da “cidadania ativa”. Filiada no Volt, partido que rejeita rótulos ideológicos, pretende marcar o debate com propostas de participação cívica e renovação democrática.

Vitorino Silva, popularmente conhecido como Tino de Rans, volta a apresentar-se, depois de abdicar da corrida à Câmara do Porto para apoiar o socialista Manuel Pizarro. Esta será a sua terceira tentativa à presidência, sustentada num discurso simples e próximo das pessoas, que lhe tem garantido visibilidade mediática.

Outro veterano é Orlando Cruz, engenheiro técnico de 73 anos, que já participou em quatro eleições presidenciais anteriores. Agora, na sua quinta candidatura, coloca como bandeiras o combate às “injustiças”, incluindo o racismo, e garante ter apoio partidário, embora sem revelar qual.

Aristides Teixeira, de 65 anos, presidente da Associação de Utentes da Ponte 25 de Abril e funcionário da RTP, também volta a tentar a sorte. Defensor das “traves mestras de Abril”, apresenta-se com um perfil marcadamente de esquerda, apesar de no passado ter sido candidato pelo CDS.

Pedro Tinoco de Faria, tenente-coronel na reforma, regressa igualmente como pré-candidato, depois de outras tentativas. Em maio, anunciou nas redes sociais a sua intenção de ser um “pilar defensor da independência e da soberania de Portugal”, reforçando a recusa de qualquer rótulo ideológico.

Desistências e indefinições na corrida a Belém

Mariana Leitão e Sampaio da Nóvoa ficam de fora

Apesar de inicialmente apontados como possíveis candidatos, Mariana Leitão e Sampaio da Nóvoa retiraram-se da corrida presidencial portuguesa.

Sampaio da Nóvoa, que concorreu nas eleições de 2016, justificou a sua ausência em 2026 com a falta de condições para uma candidatura plural e transversal ao sistema político. Já Mariana Leitão, deputada da Iniciativa Liberal, optou por não concorrer, dando prioridade à liderança do seu partido em crescimento.

Catarina Martins pode entrar na corrida

Com a inesperada desistência de Sampaio da Nóvoa, o Bloco de Esquerda vê-se perante a necessidade de apresentar uma alternativa sólida e identificável. A hipótese de Catarina Martins avançar com a candidatura presidencial é cada vez mais discutida nos corredores do partido e em círculos políticos mais amplos.

A candidatura poderá ainda atrair cidadãos descontentes com os partidos tradicionais, graças à sua postura independente e coerente.

Está preparado para votar?

Com candidaturas já confirmadas como as de António José Seguro, João Cotrim de Figueiredo, Luís Marques Mendes e Gouveia e Melo, o panorama das eleições presidenciais de Portugal em 2026 assume contornos cada vez mais definidos. Simultaneamente, nomes como Tim Vieira e André Pestana acrescentam diversidade à disputa, enquanto desistências estratégicas como as de Mariana Leitão e Sampaio da Nóvoa revelam uma seleção natural na corrida. Resta saber se André Ventura decidirá entrar no jogo, podendo transformar todo o xadrez presidencial.

Acompanhe de perto todas as novidades sobre as eleições presidenciais de Portugal em 2026. Partilhe este artigo com os seus contactos e diga-nos: qual o candidato que gostaria de ver como próximo Presidente da República?

Artigo em constante atualização.

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