Miguel Pinto
Miguel Pinto
21 Ago, 2025 - 11:18

Estrangeiros “seguram” a Segurança Social em Portugal

Miguel Pinto

Os imigrantes contribuíram, em 2024, com mais de 3,6 mil milhões de euros para a Segurança Social. De subsídios, receberam 380 milhões.

Dia Mundial da Segurança Social

Em 2024, o número total de beneficiários ativos da Segurança Social, ou seja, de pessoas que descontam para o sistema, aumentou 2,4%, atingindo aproximadamente 5,6 milhões de indivíduos. Estes são dados, citados pelo Jornal de Negócios, são da Direção-Geral da Segurança Social (DGSS) e do Instituto de Informática

Mas quando separamos os dados por nacionalidade, nota-se uma diferença clara: os contribuintes nacionais diminuíram ligeiramente (–0,1%), enquanto os estrangeiros aumentaram substancialmente (+15,1%).

Graças a esta forte subida, os trabalhadores estrangeiros que descontam ultrapassaram, pela primeira vez, o milhão de pessoas, representando cerca de 18,9% do universo total de contribuintes.

Assim, no ano passado, os estrangeiros contribuíram com 3 645 milhões de euros para a Segurança Social, um valor que representa 12,4 % do total arrecadado. Este valor é cinco vezes superior ao que receberam em prestações sociais (687 milhões de euros).

Além disso, apenas nos primeiros oito meses de 2024, as contribuições dos imigrantes totalizaram 2 198 milhões de euros, enquanto as prestações recebidas se situaram apenas nos 380 milhões, resultando num saldo altamente positivo de mais de 1 800 milhões de euros.

Segurança Social: participação ativa de imigrantes

Estes números mostram que, sem a entrada e participação ativa dos estrangeiros, o sistema estaria a perder contribuintes, numa altura em que a população portuguesa envelhece rapidamente e a taxa de natalidade permanece baixa.

O reforço que os imigrantes trazem é, portanto, fundamental para a sustentabilidade da Segurança Social, garantindo que os recursos disponíveis não dependam apenas da contribuição de uma população nacional cada vez mais reduzida e envelhecida.

Não se pode esquecer, contudo, que este contributo líquido altamente positivo não é estático.

O envelhecimento natural da população imigrante fará com que, no futuro, também estes trabalhadores passem a usufruir mais intensamente de prestações sociais, incluindo pensões.

Daí os responsáveis políticos considerarem ser essencial a existência políticas públicas eficazes para garantir a integração plena e a regularização dos imigrantes, de modo que continuem a participar de forma estável no mercado de trabalho e no financiamento da rede de proteção social.

A verdade é que estes dados oficiais deixam claro que os estrangeiros se tornaram uma peça-chave na manutenção e no equilíbrio da Segurança Social portuguesa.

A sua presença não só compensa a perda de contribuintes nacionais, como contribui para a vitalidade económica e social do país.

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