Share the post "Habitação acessível no Porto: soluções em debate para 2025"
A habitação acessível no Porto tornou-se um dos temas mais urgentes e debatidos das eleições autárquicas que se aproximam. Com os preços da habitação no Porto em alta constante, famílias com rendimentos médios e baixos encontram-se cada vez mais afastadas do centro da cidade. Se está a pensar comprar casa, arrendar ou apenas preocupado com o futuro da cidade, este artigo oferece-lhe um resumo direto e compare as propostas para resolver a crise da habitação apresentadas pelos 11 candidatos à Câmara Municipal do Porto.
Crise habitacional no Porto: o diagnóstico e soluções propostas
Esquerda quer mais investimento público e controlo sobre o turismo
Todos os candidatos são unânimes ao reconhecer que a crise habitacional no Porto é real e profunda. Francisco Calheiros (CDU) quer investir fortemente em habitação social nas áreas urbanas e suspender novas licenças de alojamento local. Sérgio Aires (BE) complementa esta visão, defendendo que a habitação pública não deve ser estigmatizada, mas sim uma solução digna e estrutural.
O Volt, representado por Catarina Silva Marques, propõe um modelo inspirado em Viena, onde 60% das casas são públicas ou cooperativas. A candidata propõe ainda recuperar os fogos devolutos na cidade do Porto como forma rápida de aumentar a oferta habitacional.
Cooperativas e construção periférica: alternativas equilibradas
Outros candidatos, como Hélder Sousa (Livre), reforçam a ideia de que a habitação deve ser vista como um direito social. Defende a construção nas zonas periféricas do Porto com ligação eficiente aos transportes públicos, de forma a criar bairros sustentáveis fora do centro histórico.
As propostas de habitação cooperativa no Porto surgem como alternativa híbrida entre o setor público e privado. É nesse equilíbrio que alguns candidatos apostam para resolver a crise habitacional de forma duradoura.
Privados e Estado: parcerias para acelerar soluções
Mais oferta, mais coordenação institucional
O atual vice-presidente, Filipe Araújo (independente), defende a criação de uma equipa técnica dedicada – uma task force municipal – que articule diretamente com o setor privado para acelerar a construção. Já Manuel Pizarro (PS) aponta os fogos devolutos identificados na cidade (cerca de 20 mil) como oportunidade para reabilitação imediata.
Habitação a custos controlados e novas parcerias
Nuno Cardoso (NC/PPM) propõe uma parceria entre Estado, autarquias e cooperativas para criar habitação a custos controlados. Segundo o candidato, essas casas devem ser destinadas exclusivamente a residentes locais, numa tentativa de recuperar a cidade para os portuenses.
Já Miguel Corte-Real (Chega) defende a ação imediata: aposta numa construção em grande escala e reafirma que a prioridade deve ser “fazer, e não prometer”.
Políticas públicas de habitação em Portugal sob escrutínio
Preços elevados e integração urbana: um problema estrutural
Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL) lança outra perspetiva: reconhece que a construção tem aumentado, mas considera os preços praticados “excessivamente altos para as famílias comuns”. Defende ajustes nas leis fiscais e forte atuação regulatória como parte de uma revisão mais ampla das políticas públicas de habitação em Portugal.
Frederico Duarte Carvalho (ADN) alerta para a “descaracterização” da cidade. Para este candidato, a expulsão de moradores é também um problema cultural e identitário, que exige mais do que tijolos e betão — precisa de políticas que permitam “viver onde se nasceu”.
Nem todos os partidos participaram neste debate. A candidata do PTP, Maria Amélia Costa, e Luís Tinoco Azevedo (PLS), não revelaram ainda as suas propostas para resolver a crise da habitação.
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