Ekonomista
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12 Ago, 2025 - 12:30

IMT Jovem fez um ano: procura dispara, oferta cai

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Há um ano entrou em vigor a isenção de IMT e Imposto de Selo para jovens. A procura por casas até 324 058 € subiu 67 %, a oferta recuou 32 %. Saiba quem ganhou (e quem sofre) com isto.

A 1 de agosto de 2024, entrou em vigor a isenção de IMT e de Imposto de Selo para jovens até 35 anos que compram a primeira casa própria. Até maio de 2025, cerca de 43 000 jovens aproveitaram esta medida, segundo dados oficiais.

Patamares de preço e mercado

Até 324 058 € — isenção total. A procura subiu 67 %. A oferta caiu 32 %, com 90 502 imóveis disponíveis no último trimestre terminado em julho.

Entre 324 058 € e 648 022 € — isenção parcial. A procura aumentou 45 %. A oferta recuou 4 %, com 81 096 habitações. Aplica-se uma taxa marginal de 8 %, menos uma parcela de abatimento de cerca de 25 924 €.

Grandes cidades em evidência

Para casas até 324 058 €, Coimbra e Leiria viram a procura duplicar. Em Lisboa, o aumento foi de 96 %, enquanto no Porto chegou aos 55 %. A oferta caiu 50 % em Lisboa, 41 % em Setúbal e Coimbra, e 14 % no Porto. A única exceção foi Portalegre, onde subiu 14 %. O maior número de imóveis disponíveis nesta faixa está no Porto, Lisboa, Braga, Aveiro e Setúbal, todas com mais de mil unidades.

Para casas entre 324 058 € e 648 022 €, a procura mais do que duplicou em Castelo Branco e Leiria. Lisboa registou uma subida de 46 % e o Porto de 36 %. A oferta aumentou mais em Aveiro, com 50 %, e recuou mais em Faro, com menos 19 %. O Porto e Lisboa concentram o maior número de imóveis nesta gama, cerca de sete mil cada. Em Évora, existem apenas 108. As ilhas da Madeira e dos Açores ficaram fora da análise devido a limites diferentes.

Preços continuam a subir

  • Preço médio da habitação em Portugal subiu 8,5 % em julho de 2025 face a julho de 2024, para 2 926 €/m².
  • Aumentos maiores em Santarém (+24 %), Setúbal (+20,8 %) e Guarda (+18,5 %).
  • Lisboa atingiu 5 829 €/m² (+3,5 %) e Porto 3 804 €/m² (+5,9 %).
  • Em Aveiro, os preços mantiveram‑se estáveis. Em Bragança, desceram 0,6 %.

O que isto quer dizer na prática

A isenção de IMT tem um efeito claro: impulsiona a procura. Mas como não surgem casas novas suficientes, a oferta não acompanha. Dá‑se o “efeito bolha”: os preços sobem rápido. Os jovens acabam por pagar mais por cada metro quadrado — mesmo poupando nos impostos.

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