Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
01 Set, 2025 - 15:45

Inflação e salários em Portugal: preços sobem, poder de compra cai

Cláudia Pereira

Inflação e salários em Portugal em 2025 agravam o custo de vida e reduzem o poder de compra das famílias. Saiba mais.

A inflação e salários em Portugal voltam a estar no centro do debate em 2025. Com o aumento do custo de vida, principalmente nos preços dos alimentos e da habitação, os salários revelam-se insuficientes para compensar a perda de rendimento real das famílias.

Dados recentes do INE mostram uma tendência preocupante: inflação a subir e rendimentos estagnados. Mas qual é o verdadeiro impacto da inflação nas famílias portuguesas e o que significa isto para o futuro económico do país? Neste artigo, analisamos os principais dados e refletimos sobre as medidas necessárias para recuperar o poder de compra em Portugal.

Inflação em Portugal: um custo de vida cada vez mais insustentável

Preços dos alimentos e habitação pressionam as famílias

A inflação em Portugal voltou a subir em agosto de 2025, atingindo os 2,8%, após os 2,64% verificados em julho, segundo dados provisórios do Instituto Nacional de Estatística (INE). Embora aparentemente modesta, esta subida prolonga a pressão sobre os orçamentos das famílias, que sentem na pele o aumento do custo de vida.

Um dos setores mais afetados é o da alimentação. Os preços dos alimentos em Portugal aumentaram 7% num único mês, agravando significativamente os encargos dos consumidores. Para muitas famílias, esta realidade traduz-se em cortes nas suas despesas básicas e na perda de qualidade de vida.

A habitação é outro fator crítico. Apesar de muitas vezes excluído dos critérios principais de medição da inflação, o aumento generalizado das rendas e das prestações do crédito à habitação intensifica o impacto da inflação. Com menos margem financeira, os portugueses enfrentam crescentes dificuldades em manter uma vida estável.

Entre rendimentos reais e política salarial em crise

A par da escalada dos preços, os rendimentos reais dos trabalhadores continuam a desvalorizar. A variação mensal do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de -0,2%, o que pode aparentar uma desaceleração. No entanto, os bens essenciais mantêm-se em subida constante — um dado confirmado pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que apresentou uma variação homóloga de 2,5%.

Independentemente destes valores, o poder de compra em Portugal continua a diminuir. Segundo representantes políticos só um verdadeiro choque salarial em Portugal poderá contrariar esta tendência. O atual crescimento económico de 1,9% não é suficiente para reverter a fragilidade das finanças familiares.

Sem uma mudança estratégica na política salarial em Portugal, os rendimentos continuarão a perder capacidade de resposta perante a inflação. Medidas temporárias, como congelamentos de preços ou apoios pontuais, têm mostrado resultados limitados. Torna-se urgente pensar em soluções estruturais que protejam os trabalhadores e restabeleçam o equilíbrio económico e social.

Acredita que Portugal precisa de uma revisão profunda das suas políticas salariais? Partilhe este artigo e junte-se à discussão sobre o futuro do poder de compra em Portugal.

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