Share the post "Inteligência artificial generativa: os gestores portugueses já entraram no jogo?"
Para quem ainda vê a inteligência artificial generativa como ficção científica, talvez seja altura de rever a agenda. O estudo da AESE Business School, em colaboração com o Instituto Superior Técnico, revela que 1 em cada 10 gestores portugueses já incorporaram esta tecnologia nas suas rotinas profissionais.
Uma nova era para a gestão em Portugal
De acordo com o estudo “Os Desafios dos Gestores na Adoção da Inteligência Artificial Generativa”, realizado pela AESE Business School e pelo Instituto Superior Técnico, a inteligência artificial generativa já está integrada na rotina profissional de cerca de 70% dos gestores portugueses.
A investigação mostra que esta tecnologia está longe de ser um fenómeno restrito ao universo das grandes tecnológicas, na realidade, é uma ferramenta essencial em setores como finanças, educação, TIC e serviços profissionais.
Muito uso, mas ainda pouco estratégico
Os dados do estudo revelam que os gestores recorrem à IA generativa para diversas tarefas, como pesquisa de informação (56%), escrita (46%) e sumarização de textos (43%). Outras utilizações incluem aprendizagem, análise de dados, geração de ideias e apoio à decisão.
No entanto, o estudo alerta para uma lacuna importante: o uso intensivo não é sinónimo de aplicação estratégica. A grande questão é como transformar estas interações em valor real para as organizações.
Empresas maiores lideram, mas há espaço para todos
Nas grandes empresas, a IA já faz parte do ecossistema digital, porque estas organizações têm mais recursos, maior maturidade tecnológica e equipas preparadas para explorar ferramentas como o ChatGPT ou o Copilot.
Mas o estudo sublinha que mesmo nas pequenas e médias empresas, onde os recursos são mais limitados, já é possível beneficiar da IA generativa. A maioria das ferramentas tem versões gratuitas que, embora com restrições, conseguem gerar valor real no dia a dia profissional.
Em setores menos digitalizados, como agricultura, construção ou restauração, o desafio passa por investir em formação prática e por mostrar, com exemplos concretos, como a tecnologia pode fazer a diferença.
ChatGPT lidera o pódio das ferramentas
Entre os gestores portugueses, o ChatGPT é, de longe, a ferramenta mais utilizada (91%), seguida do Copilot (55%) e do Gemini (27%).
Estas ferramentas tornaram-se o novo kit de gestão: ajudam a escrever relatórios, a organizar ideias, a responder a e-mails mais complexos e até a simular cenários de decisão. A sua evolução é constante, o que exige uma postura de atualização contínua por parte dos utilizadores.
O desafio agora é integrar nos processos de negócio
Para os investigadores responsáveis pelo estudo, o verdadeiro potencial da inteligência artificial generativa será alcançado quando esta deixar de ser uma ferramenta isolada e passar a estar embutida nos processos centrais das organizações.
Mais do que apoiar tarefas individuais, a IA pode redefinir fluxos de trabalho, melhorar modelos de decisão e até influenciar a cultura de inovação dentro das empresas. A recomendação é clara: investir em formação contínua, fomentar uma cultura de experimentação e aplicar a tecnologia a casos de uso concretos, alinhados com os desafios específicos de cada equipa.