Ekonomista
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29 Set, 2025 - 13:45

Ligação ferroviária de alta velocidade em Leiria agita autárquicas de 2025

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A ligação ferroviária de alta velocidade em Leiria gera tensão entre autarcas.

A ligação ferroviária de alta velocidade Leiria está a transformar-se num dos temas centrais da política regional, à medida que se aproxima o ciclo das autárquicas de 2025 em Leiria. O traçado proposto para a nova linha ferroviária, bem como a eventual localização da estação, está a dividir autarcas e a alimentar uma batalha estratégica que ultrapassa a mobilidade: está em jogo a influência, os investimentos e o futuro desenvolvimento da região centro do país.

Traçado da nova linha de alta velocidade aquece o debate

Localização da estação em risco provoca divisão local

A proposta mais recente para o traçado da nova linha de alta velocidade, resultante de um estudo coordenado pela GV Consultores em colaboração com ADFERSIT e CIP, sugere uma alteração significativa no percurso inicialmente planeado. Esta alternativa inclui a margem esquerda do Tejo e localidades como Santarém e Fátima, podendo excluir a estação prevista para a zona da Barosa, no concelho de Leiria.

A possível alteração preocupa os autarcas da região, sobretudo pela importância estratégica da estação de alta velocidade Marinha Grande. Localizada entre o polo industrial da Marinha Grande e o acesso ao Santuário de Fátima, esta estação é considerada determinante para potenciar a infraestrutura ferroviária centro de Portugal, com impacto direto na economia, logística e turismo religioso.

A disputa política entre PS e PSD intensifica-se

O tema tornou-se inevitavelmente político. Gonçalo Lopes PS Leiria, presidente da Câmara Municipal de Leiria e da CIM Região de Leiria, levantou publicamente críticas à tentativa de Santarém alterar o percurso a seu favor. A oposição, liderada por Hugo Oliveira Caldas da Rainha, deputado do PSD e candidato autárquico, considera que Gonçalo Lopes está a “instrumentalizar o traçado” com fins eleitorais.

Competição na CIM Leiria e tensões distritais

As tensões dentro da competição autárquica CIM Leiria têm revelado a instabilidade regional em torno do projeto. Vários presidentes de câmara mostram preocupação com o potencial desvio de investimento e tráfego ferroviário caso Santarém seja beneficiado pela mudança do traçado.

Já João Teixeira Leite, autarca de Santarém, descreve a nova proposta como “uma oportunidade de transformação” para o Médio Tejo. A sua posição reforça a ideia de que a controversia traçado LAV Santarém não é apenas um debate técnico, mas uma luta política por protagonismo e desenvolvimento.

Debates como este refletem não só opções estratégicas, mas também o posicionamento de cada região face à descentralização de infraestruturas. Outros líderes partidários não ficaram alheios a este duelo regional.

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