Frank Caprio faleceu a 20 de agosto de 2025, em Providence, Rhode Island, aos 88 anos, após uma longa batalha contra um cancro de pâncreas. A notícia foi confirmada pela família e transmitida pelas suas redes sociais. Um dia antes, ele pediu orações numa publicação emocionada.
Um juiz que fazia justiça com humanidade
Caprio presidiu ao Tribunal Municipal de Providence desde 1985 até à sua aposentação em 2023. Ficou célebre através do programa televisivo Caught in Providence, cujos vídeos virais mostravam infrações ligeiras resolvidas com empatia, humor e boa disposição.
Guardou sobretudo bons momentos. Apelidado de “o juiz mais simpático do mundo”, dispensou multas a idosos que iam levar filhos doentes ao hospital ou a trabalhadores mal remunerados, oferecendo conforto antes de decidir. Os vídeos atingiram centenas de milhões de visualizações.
Legado para além do tribunal
Caprio defendeu com insistência o acesso equitativo à justiça. Numa das suas reflexões, lembrou que “com liberdade e justiça para todos” é frase inspiradora, mas distante da realidade: muitos americanos pobres enfrentam sozinhos problemas legais sérios. Essa preocupação estendia-se a bolsas de estudo que criou nas instituições locais, inspirado pelo legado do seu pai.
Em 2023, o tribunal foi renomeado em sua homenagem e ele foi designado Chief Judge Emeritus, um título cerimonial que assinala o respeito pela sua carreira.
A vida fora dos tribunais
Nascido em 1936 no bairro Federal Hill, Providence, Caprio estudou Direito em Boston enquanto trabalhava e lecionava. Casado com Joyce, teve cinco filhos, sete netos e dois bisnetos. Foi um homem de fé, acreditava “no poder da oração”.
A morte de Frank Caprio trouxe homenagens de políticos, fãs e familiares. O governador de Rhode Island ordenou bandeiras a meia haste e declarou que Caprio não foi apenas um jurista, mas um símbolo de empatia.
Mostrou que fazer justiça não passa por impor silêncio, mas por escutar, compreender e inspirar. Saiu do tribunal, mas não da memória — nem da generosidade.