Share the post "Ordenamento florestal em Portugal: como travar os incêndios?"
O ordenamento florestal em Portugal tornou-se um tema urgente. Com os incêndios florestais a aumentarem durante o verão, cresce a pressão sobre o Governo e os cidadãos para uma mudança estrutural na gestão do território.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defende que é hora de eliminar gradualmente o eucalipto e apostar nas espécies autóctones. O objetivo? Prevenir fogos, proteger o território e promover uma reflorestação sustentável. Mas será que essa mudança de paradigma será posta em prática a tempo de reduzir os impactos das alterações climáticas?
A urgência de promover espécies autóctones
As florestas em Portugal estão dominadas por monoculturas de eucalipto — uma espécie invasora que arde com facilidade, aumentando os riscos de incêndios. Para especialistas, a prioridade deve passar pela substituição gradual por espécies autóctones como o sobreiro, o carvalho e o castanheiro. Estas árvores, mais adaptadas ao ecossistema local, oferecem maior resistência ao fogo e regeneram melhor os solos, contribuindo para a prevenção de incêndios e conservação da biodiversidade.
As espécies nativas também desempenham um papel essencial na luta contra os efeitos das mudanças climáticas em Portugal. Ao contrário do eucalipto, que absorve quantidades elevadas de água e empobrece os solos, as árvores autóctones ajudam a manter o equilíbrio ecológico e a reter a humidade no solo, reduzindo o risco de desertificação.
Incêndios florestais em Portugal: uma tragédia anunciada
Todos os anos, os incêndios florestais em Portugal resultam em perdas devastadoras — vidas humanas, habitações, ecossistemas inteiros destruídos. A repetição destes cenários levou Mariana Mortágua a questionar a ausência de mudanças estruturais nas políticas ambientais. Lamenta-se que, após cada verão trágico, se repitam promessas que nunca se concretizam.
Parte do problema está na conivência com os interesses económicos associados à exploração intensiva do eucalipto, uma cultura de crescimento rápido mas de alto risco. Esta escolha compromete o combate aos fogos rurais e a gestão integrada do território.
Reflorestação sustentável exige apoio político e económico
A transição para um ordenamento florestal sustentável não se faz sem intervenção política e incentivo económico. Mariana Mortágua realça a necessidade de apoiar financeiramente os proprietários e comunidades rurais na substituição de eucaliptos por espécies nativas. A gestão florestal sustentável deve incluir também ações de formação, acesso a recursos e incentivos à agricultura biológica de subsistência.
Mais do que uma questão ambiental, este é um desafio de desenvolvimento rural. É fundamental implementar estratégias locais que considerem as especificidades do território e promovam uma economia verde durável.
Partilhe este artigo e junte-se ao debate sobre o futuro das florestas. A mudança está nas mãos de todos!