Share the post "Pacto intergeracional florestas: como prevenir incêndios futuros?"
Portugal enfrenta um desafio crescente: a intensificação dos incêndios florestais que, ano após ano, devastam milhares de hectares e ameaçam vidas. Para romper este ciclo, é urgente a criação de um pacto intergeracional pelas florestas, uma aliança que envolva diferentes gerações, especialistas e decisores políticos na construção de soluções estruturais e duradouras. Este modelo colaborativo pode redefinir a política ambiental portuguesa e garantir um futuro mais seguro, resiliente e sustentável para as nossas florestas.
Prevenção de incêndios: da reação à planificação
Ordenamento florestal em Portugal precisa de reformas profundas
As florestas portuguesas continuam vulneráveis devido à falta de estratégia no seu ordenamento. O candidato presidencial António José Seguro alertou, numa visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, para a necessidade de encarar os incêndios como uma crise evitável e não um fenómeno natural sazonal.
Propôs uma reforma profunda no ordenamento florestal em Portugal com foco na segmentação estratégica do território rural, criando zonas-tampão e corredores de segurança que apoiem o trabalho da proteção civil em Portugal.
Estratégias de combate aos incêndios exigem compromisso coletivo
Os dados e diagnósticos estão disponíveis, falta apenas comprometimento político e cívico para os aplicar. Seguro defende que o momento para estruturar políticas sólidas de prevenção de incêndios é durante o outono e o inverno, fora da época de maior risco. É neste contexto que propõe um pacto intergeracional pelas florestas, reunindo jovens ativistas, académicos e líderes políticos.
Gestão sustentável e responsabilidade cívica
O papel da proteção civil e dos cidadãos
O agravamento das condições meteorológicas devido às mudanças climáticas e incêndios mais frequentes elevam a importância de uma resposta sustentada. Seguro destacou o valor dos operacionais no terreno, ao mesmo tempo que relembrou que evitar fogueiras, queimadas ou cigarros acesos em áreas de risco é uma forma poderosa de responsabilidade cívica nos incêndios. O reforço da proteção civil em Portugal tem de ser acompanhado de campanhas educativas sobre comportamentos preventivos.
Um pacto intergeracional para o futuro das florestas
Cabe a todas as gerações investir na gestão sustentável das florestas. Um pacto intergeracional irá reunir diferentes visões e promover reformas no planeamento florestal que já não podem ser adiadas. Esta união entre ciência, política e cidadania é essencial para travar a desorganização do território rural, acelerar o ordenamento e mitigar os efeitos das alterações climáticas. A sua urgência é visível em situações como a retratada no artigo sobre os incêndios florestais em Arouca, um alerta que reforça a necessidade de políticas florestais consistentes.