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As coligações autárquicas do PAN para 2025 ilustram uma abordagem estratégica marcada pela flexibilidade política e pela adaptação às dinâmicas regionais. Com alianças que vão do Bloco de Esquerda ao CDS-PP, e listas próprias em áreas-chave como o norte do país, o PAN procura reforçar a sua presença no panorama autárquico nacional.
Esta estratégia, liderada por Inês de Sousa Real, levanta questões internas sobre coerência ideológica e eficácia política. Neste artigo, analisamos as coligações formadas, os desafios enfrentados e as perspetivas do PAN para estas eleições locais.
Coligações PAN 2025: alianças estratégicas e ideológicas
Autárquicas Lisboa PS BE Livre: uma frente ampla à esquerda
Na capital, o PAN junta-se ao PS, Bloco de Esquerda e Livre numa aposta progressista para desalojar Carlos Moedas da presidência da câmara. Esta coligação, encabeçada por Alexandra Leitão, integra António Morgado Valente, atual deputado municipal, em oitavo lugar na lista à Câmara Municipal.
Além de Lisboa, parcerias com o PS repetem-se em cidades como Coimbra, Trofa e Ponta Delgada. Já noutras autarquias como Loures, Cascais e Leiria, o PAN prefere alianças exclusivamente com o Bloco e o Livre, deixando os socialistas de fora.
PAN CDS divergências e críticas internas
Contrariando expectativas ideológicas, o PAN estabeleceu coligações surpreendentes com o Centro Democrático Social em locais como Sintra e Faro. Estas alianças, que também envolvem PSD, IL e MPT, causaram mal-estar entre a militância devido a posições contraditórias — nomeadamente relativamente às touradas, tema em que o PAN é radicalmente contra e o CDS um defensor histórico.
Mais de uma centena de militantes e simpatizantes assinaram uma carta crítica contra esta política de alianças, contestando o que consideram ser a “falta de coerência política” e a procura de ganhos imediatos em detrimento da identidade partidária.
A líder Inês de Sousa Real respondeu, afirmando que “o contexto autárquico justifica abordagens diferentes” e que cada candidatura obedece a necessidades específicas, garantindo que o PAN mantém fidelidade às suas causas estruturais.
Candidaturas independentes e listas próprias no norte
PAN listas próprias norte com destaque reforçado
O norte do país afirma-se como zona forte do PAN no que diz respeito a candidaturas autónomas. Para 2025, Famalicão, Gondomar, Valongo e Maia contam já com listas exclusivas do partido, prevendo-se que esse número se estenda a uma dezena de concelhos nos distritos do Porto e de Aveiro.
Estas listas próprias representam uma tentativa de afirmação local e de consolidação de um eleitorado com maior identificação com as causas ambientais e de bem-estar animal que o PAN tradicionalmente defende.
PAN Assembleia Municipal Porto: de solo a apoio estratégico
Apesar de ter concorrido sozinho no Porto em 2021 — eleição em que garantiu um lugar na Assembleia Municipal — desta vez o PAN decide apoiar a candidatura independente de Filipe Araújo, sob o movimento “Fazer à Porto”.
Em troca, assegura o quarto e o décimo lugares na lista à Assembleia Municipal, sinalizando uma estratégia mista entre presença direta nas urnas e alianças táticas que eventualmente lhe tragam mais influência local.
A nível regional, a Madeira também será palco de candidaturas relevantes, com Mónica Freitas no Funchal e Valter Ramos em Santa Cruz.
Reforço de representação local e reflexões internas
Em 2021, apesar dos modestos 1,14% de votos em listas próprias e da ausência de vereadores eleitos, o PAN logrou conquistar 23 lugares em assembleias municipais e 16 assentos em juntas de freguesia — resultados que garantiram alguma expressão institucional local.
Para as eleições autárquicas do PAN em 2025, o objetivo não se traduz em números absolutos, mas antes no reforço da sua capacidade de intervenção nas decisões municipais. A liderança pretende consolidar posições em assembleias municipais e apostar na construção de equipas locais robustas.
A diversidade de coligações será, certamente, observada de perto pelos eleitores e militantes, numa altura em que as exigências de transparência, coerência política e compromisso programático são cada vez maiores.
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