Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
09 Out, 2025 - 17:00

Pets no processo de luto: como cães e gatos ajudam na recuperação emocional

Cláudia Pereira

Descubra como cães e gatos ajudam no processo de luto, trazendo conforto, rotina e ligação emocional. Saiba porque os pets podem ser aliados na recuperação emocional.

Lidar com a perda nunca é fácil, o silêncio que fica depois da despedida pode ser pesado e difícil de suportar. É nesse espaço vazio que os animais de estimação entram como verdadeiros aliados: cães e gatos tornam-se uma presença constante, oferecendo conforto sem fazer perguntas e carinho sem esperar nada em troca.

Mais do que uma companhia, eles lembram que há vida para além da dor — mesmo que seja apenas porque alguém precisa de ser alimentado às sete da manhã.

O papel dos cães e gatos no luto

Quem já passou pelo luto sabe: a rotina é uma das primeiras coisas a desaparecer. Comer, dormir, sair de casa, tudo fica sem sentido. É aqui que os pets assumem um papel quase terapêutico.

Os horários das refeições e dos passeios obrigam a manter alguma ordem no caos. A sua presença silenciosa dispensa explicações, basta estarem ali. O contacto físico com o animal liberta hormonas ligadas ao bem-estar, ajudando a aliviar a ansiedade. E o simples facto de alguém depender de si devolve algum propósito aos dias mais cinzentos.

O humor discreto dos animais

Um gato que insiste em sentar-se em cima do computador ou um cão que aparece com um sapato na boca não resolvem a dor da perda, mas conseguem arrancar um sorriso inesperado. Esses pequenos gestos, quase cómicos na sua simplicidade, funcionam como pausas na tristeza e recordam que a vida continua a acontecer.

No entanto, ter um animal de estimação durante o luto não substitui o apoio humano nem o acompanhamento profissional quando necessário. Cada pessoa tem o seu tempo e a sua forma de lidar com a perda. O papel do pet é de suporte, não de solução.

Como tirar o melhor dessa relação

A companhia dos animais durante o luto pode ser mais transformadora do que parece. Ao estabelecer novas rotinas, como experimentar caminhos diferentes nos passeios ou inventar jogos que estimulem a curiosidade, cria-se um espaço de novidade que ajuda a quebrar a monotonia da tristeza.

Esses momentos de partilha devolvem leveza ao dia e lembram que, mesmo em fases difíceis, ainda é possível encontrar prazer em pequenas experiências. Permitir-se ao afeto é também essencial: aceitar o carinho de um cão que deita a cabeça no colo ou de um gato que procura o aconchego no sofá é uma forma simples e poderosa de suavizar a dor, convidando a estar presente no momento.

Reservar instantes de calma com o pet pode ser igualmente valioso. Um silêncio partilhado, uma respiração mais consciente enquanto o gato ronrona ou o cão repousa por perto cria uma sensação de segurança e descanso emocional. Cuidar dos animais também devolve estrutura ao quotidiano, com horários para alimentação, passeios e atenção, oferecendo motivação extra para retomar hábitos saudáveis. No fundo, a relação com os pets durante o luto não apaga a perda, mas mostra que ainda existe afeto, movimento e vida para ser vivida.

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