Os automobilistas portugueses vão ter de preparar a carteira para pagar mais nas auto-estradas a partir do início do próximo ano. As taxas de portagem nas auto-estradas nacionais deverão sofrer um aumento de 2,3% a partir de 1 de janeiro de 2026, segundo avançou o Jornal de Negócios.
O valor de 2,3% resulta de uma fórmula que combina dois elementos distintos. Por um lado, a variação homóloga de 2,2% no Índice de Preços no Consumidor (IPC) de outubro, excluindo habitação, divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Por outro, soma-se 0,1% adicional acordado entre o Governo e as concessionárias em 2022.
Esta metodologia de cálculo está prevista na legislação em vigor e aplica-se à generalidade das autoestradas portuguesas.
A inflação continua assim a ser o principal fator determinante para a atualização anual das portagens.
Portagens: o processo de aprovação
O calendário de revisão das portagens segue regras bem definidas. As concessionárias têm de apresentar ao Governo a sua proposta de revisão das taxas até 15 de novembro.
Após a entrega, o Executivo dispõe de 30 dias para analisar e pronunciar-se sobre as propostas apresentadas. A entrada em vigor está prevista para o primeiro dia do ano seguinte, ou seja, 1 de janeiro de 2026.
Mas nem todas as concessões seguem exatamente os mesmos critérios. A Lusoponte, que gere as travessias do Tejo em Lisboa através das pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, constitui uma exceção.
A atualização das suas tarifas baseia-se na variação do IPC em setembro, e não em outubro como acontece com a maioria das auto-estradas.
Impacto no bolso dos portugueses
Este aumento, embora possa parecer relativamente moderado quando comparado com anos de inflação mais elevada, representa mais um encargo para as famílias e empresas que dependem diariamente das autoestradas portuguesas.
Para quem utiliza regularmente estas vias, o acréscimo de 2,3% traduz-se em dezenas ou mesmo centenas de euros adicionais ao longo do ano, dependendo da frequência e distância das viagens realizadas.
A confirmação oficial deste aumento deverá surgir nas próximas semanas, após a análise governamental das propostas das concessionárias.