Share the post "Primeira SMS foi enviada há 33 anos para desejar: Feliz Natal!"
Há exatos 33 anos, em dezembro de 1992, o engenheiro britânico Neil Papworth enviou a primeira mensagem de texto (SMS) da história.
Sentado à sua secretária, digitou num computador as simples palavras “Merry Christmas” e enviou-as para o telemóvel de Richard Jarvis, diretor da Vodafone.
Naquele momento, poucas pessoas poderiam imaginar que aquela mensagem de 15 caracteres iria transformar completamente a forma como comunicamos.
Aquelas simples palavras não foram apenas uma saudação festiva, mas o início de uma revolução que mudou para sempre a forma como nos relacionamos, trabalhamos e vivemos no mundo moderno.
SMS: os primórdios de uma revolução
A tecnologia SMS (Short Message Service) foi desenvolvida como parte das especificações da rede GSM no final dos anos 1980.
Inicialmente, o serviço não estava sequer pensado como um produto comercial significativo, era visto essencialmente como uma funcionalidade secundária das redes móveis.
Os próprios operadores de telecomunicações não acreditavam que as pessoas utilizariam os teclados numéricos dos telemóveis para escrever mensagens quando podiam simplesmente ligar.
Curiosamente, durante o primeiro ano, as SMS apenas funcionavam numa direção. Os utilizadores não conseguiam responder às mensagens, pois os telemóveis ainda não tinham capacidade para enviar texto.
Foi apenas em 1993 que surgiu a possibilidade de comunicação bidirecional, permitindo conversas por mensagens escritas.
A ascensão meteórica

O que começou como uma experiência técnica transformou-se rapidamente num fenómeno global.
Na viragem do milénio, as SMS tornaram-se a forma preferida de comunicação entre os jovens.
Em Portugal, como no resto da Europa, o serviço popularizou-se vertiginosamente durante a década de 90 e início dos anos 2000.
O sucesso das mensagens de texto deveu-se a vários fatores. Primeiro, eram significativamente mais baratas que as chamadas de voz.
Segundo, permitiam uma comunicação discreta e assíncrona, ou seja, não era necessário interromper o que se estava a fazer para responder imediatamente.
Terceiro, criaram uma nova linguagem, com abreviaturas e códigos que se tornaram parte da cultura popular.
SMS: impacto nas telecomunicações
As SMS representaram uma mudança fundamental no paradigma das telecomunicações. Até então, as redes móveis eram desenhadas exclusivamente para voz.
Com o sucesso inesperado das mensagens de texto, os operadores perceberam que o futuro passaria pela transmissão de dados, não apenas por chamadas telefónicas.
Este serviço tornou-se numa fonte de receitas extraordinária para as operadoras. No pico da sua popularidade, nos anos 2000, eram enviadas triliões de mensagens anualmente em todo o mundo.
As receitas geradas pelas SMS permitiram investimentos massivos em infraestruturas de rede, preparando o terreno para o desenvolvimento das redes 3G e, posteriormente, 4G.
Mais importante ainda, as SMS provaram que existia uma enorme procura por comunicação escrita móvel.
Este facto abriu caminho para o desenvolvimento de serviços de mensagens multimédia (MMS) e, eventualmente, para as aplicações de mensagens instantâneas que dominam hoje o mercado, como o WhatsApp, o Telegram ou o Signal.
O legado duradouro
Embora as aplicações de mensagens instantâneas tenham ultrapassado as SMS em popularidade, o serviço tradicional mantém-se relevante.
Continua a ser usado para autenticação de serviços bancários, notificações de emergência, comunicações oficiais e em situações onde não há acesso à internet.
O protocolo SMS estabeleceu princípios que permanecem fundamentais nas comunicações digitais: mensagens curtas, entrega garantida e independência de plataforma.
A ideia de comunicar através de mensagens breves e diretas tornou-se tão enraizada na nossa cultura que influenciou o desenvolvimento de redes sociais como o Twitter, originalmente limitado a 140 caracteres.
Trinta e três anos depois daquela primeira mensagem de Natal, o SMS permanece como um marco na história das telecomunicações.