Dar mesada é mais do que um hábito. É uma forma de ensinar, na prática, noções de responsabilidade, escolhas e planeamento. Mas quando é que se deve começar? E qual o valor certo para cada idade?
Este guia responde a essas perguntas, com dicas simples e eficazes para aplicar em casa.
Quando é que faz sentido começar a dar mesada?
A idade ideal varia, mas geralmente entre os 6 e os 7 anos, a criança já tem noções básicas sobre dinheiro. Já percebe que ele serve para comprar coisas e começa a pedir com mais frequência.
Nesta fase, a mesada funciona como uma introdução. Não se trata de “dar dinheiro” sem critério, mas de criar oportunidades para aprender — errando e acertando.
Melhor valor semanal ou mensal?
Para os mais novos, a opção semanal é mais eficaz. O intervalo curto mantém o foco e reduz o risco de gastarem tudo de uma vez. O espaço curto de tempo permite mais conversas e reforço positivo.
A partir dos 11 ou 12 anos, o modelo mensal pode ser mais interessante. Envolve um maior grau de planeamento, gestão e paciência. É uma boa preparação para responsabilidades maiores no futuro.
Qual o valor certo por idade?
Não existe uma fórmula única, mas é possível usar valores de referência:
- 6 a 8 anos: entre 1 € e 2 € por semana
- 9 a 12 anos: entre 2 € e 5 € por semana
- 13 a 17 anos: entre 10 € e 30 € por mês, ajustado às responsabilidades
Isto são valores de referência, o montante a entregar à criança ou adolescente deve estar alinhado com a realidade da família e com o que a criança será responsável por comprar. Definir bem o que a mesada cobre evita mal-entendidos.
E se gastarem tudo?
Faz parte da aprendizagem. O erro ensina mais do que a explicação. Quando acabam o dinheiro cedo, aprendem a planear melhor na próxima vez.
Evite repor a quantia “só desta vez”. O impacto da escassez faz crescer o sentido de responsabilidade. E, com o tempo, desenvolvem a noção de consequência e valor.
O que a mesada ensina?
A mesada ensina muito mais do que a simples gestão de dinheiro. Ajuda a desenvolver a capacidade de esperar, poupar e tomar decisões, contribuindo para uma melhor gestão do tempo e dos recursos.
Estimula a autonomia, ao permitir que a criança faça escolhas, enfrente limitações e aprenda com os próprios erros. Ao mesmo tempo, promove uma reflexão sobre prioridades, ajudando a distinguir entre o que se quer e o que realmente se precisa. Também fortalece a resiliência, já que obriga a lidar com frustrações e a persistir quando as coisas não correm como esperado.
A verdade é que a mesada não substitui uma boa conversa em família, mas facilita o diálogo. Cria uma base concreta para discutir temas como consumo consciente, importância da poupança e até o valor de partilhar com os outros.
Como enriquecer a experiência?
- Dividir a mesada em três: gastar, poupar, partilhar.
- Estabelecer metas: juntar para algo maior.
- Rever a rotina juntos: o que funcionou e o que pode melhorar.
- Trazer o tema para o dia a dia: supermercado, prendas, escolhas simples.
Dar mesada não é uma obrigação, mas pode ser um grande investimento educativo. Ensina hábitos saudáveis e prepara os filhos para um futuro mais consciente.