Ekonomista
Ekonomista
02 Ago, 2025 - 14:30

Reconhecimento do Estado da Palestina: Livre exige ações firmes

Ekonomista

Livre considera o reconhecimento do Estado da Palestina tardio e exige medidas fortes contra Israel por crimes de guerra em Gaza.

O reconhecimento do Estado da Palestina por parte do Governo português é uma medida simbólica há muito aguardada por diversos setores da sociedade. No entanto, para o partido Livre, esta decisão é “necessária, mas tardia” e representa uma resposta reativa às pressões externas, em vez de uma estratégia convicta da política externa portuguesa.

Ao destacar a urgência de ações concretas, o deputado Jorge Pinto sublinha que o reconhecimento internacional da Palestina deve traduzir-se em medidas eficazes que responsabilizem Israel pelas atrocidades cometidas em Gaza. Neste artigo, analisamos a posição do Livre e o impacto diplomático desta decisão de fundo.

A posição do partido Livre face ao reconhecimento internacional da Palestina

Jorge Pinto critica demora e cobra compromisso firme

O deputado Jorge Pinto reiterou que o Livre defende, desde a sua fundação, o reconhecimento do Estado da Palestina como livre, independente e soberano. Considera que o momento atual resulta de uma pressão internacional intensa — designadamente de países como França — e não de uma vontade autónoma da política externa portuguesa. Recorde-se que já em 2015 o Livre exigia esse posicionamento, mas os sucessivos governos recusaram avançar.

Jorge Pinto defende que a adesão de Portugal ao reconhecimento internacional da Palestina deve ser acompanhada de um “compromisso com ações concretas”, sob pena de o ato não passar de um gesto simbólico sem efeitos reais na situação dos palestinianos.

Propostas concretas do Livre para além do reconhecimento

Para o Livre, o reconhecimento do Estado da Palestina deve ser apenas um primeiro passo num caminho coerente com os valores democráticos e de respeito pelo direito internacional humanitário. O partido propõe um embargo imediato à venda e transporte de armamento para Israel, como forma de cortar apoio ao ataque sistemático à população civil de Gaza.

O Livre também exige a suspensão dos acordos comerciais entre a União Europeia e Israel, até que o país cumpra as resoluções da ONU e cesse os ataques que constituem, de acordo com diversas organizações de direitos humanos, crimes de guerra. Jorge Pinto sublinha que a mesma firmeza que se exige noutros conflitos globais deve aplicar-se neste caso, exigindo a responsabilização penal dos autores das atrocidades cometidas.

Implicações na política externa portuguesa e na pressão internacional sobre Portugal

Uma nova fase nas relações Portugal-Israel

Com a possível formalização do reconhecimento do Estado da Palestina durante a 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Portugal poderá rever a sua posição diplomática. Mas esta mudança levanta questões sobre o futuro das relações Portugal-Israel. O Governo já indicou, através do primeiro-ministro Luís Montenegro, que iniciou um processo de auscultação política — incluindo o Presidente da República — antes de tomar uma decisão definitiva.

Esta fase de transição poderá redefinir a postura diplomática portuguesa, associando-a à linha dos países europeus que defendem abertamente a causa palestiniana. No entanto, é ainda incerto até onde Portugal estará disposto a ir em termos de consequências políticas e comerciais.

A importância do apoio político à Palestina no contexto atual

O contexto trágico dos recentes bombardeamentos em Gaza, com milhares de civis mortos, intensificou a necessidade de medidas urgentes da comunidade internacional. Para o Livre, limitar-se ao reconhecimento diplomático não é suficiente — é fundamental converter este ato político em ações legais e económicas que limitem a capacidade de Israel prosseguir com a ofensiva.

Partilhe este artigo e ajude a manter a atenção sobre a justiça internacional e os direitos humanos.

Veja também