Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
19 Mai, 2025 - 10:30

Quem venceu as eleições legislativas 2025? Resultados oficiais e distribuição de deputados

Cláudia Pereira

As eleições legislativas de 2025 em Portugal terminaram com vitória da Aliança Democrática, sem maioria. Veja os resultados e composição do novo Parlamento.

A 18 de maio de 2025, os cidadãos portugueses foram às urnas para eleger os deputados da Assembleia da República. Os resultados confirmaram alterações no equilíbrio político e partidário.

Votação nacional

A Aliança Democrática (AD) foi o partido mais votado, com 32.1% dos votos, elegendo 89 deputados. O Partido Socialista (PS) obteve 23.38%, e o Chega 22.56%, ambos com 58 deputados eleitos.

A Iniciativa Liberal ficou com 5.53% dos votos e elegeu 9 deputados. O Livre conquistou 4.2% e elegeu 6 deputados. A CDU (PCP-PEV) obteve 3.03% e elegeu 3 deputados. O Bloco de Esquerda conseguiu 2% e garantiu 1 deputado. O PAN e o Juntos Pelo Povo (JPP) elegeram também 1 deputado cada.

Participação eleitoral

A taxa de participação foi de 64.4%, o que representa um aumento em relação a eleições anteriores. A abstenção situou-se nos 35.6%, mais 1.9% do que em 2024. A percentagem de votos em branco foi de 1.4%.

A AD teve mais votos em concelhos do norte e centro. O PS manteve alguma presença em zonas urbanas. O Chega obteve resultados expressivos no sul e em regiões do interior.

Composição final da Assembleia

A Assembleia da República resultante das eleições de 18 de maio de 2025 apresenta uma configuração parlamentar diversificada, com nove forças políticas representadas.

  • Aliança Democrática (AD): 89 deputados (+10 face a 2024)
    Foi a força mais votada. A coligação de centro-direita não atingiu a maioria absoluta (116 deputados), o que exige negociações para garantir estabilidade nas votações parlamentares.
  • Partido Socialista (PS): 58 deputados (-19 face a 2024)
    Apesar da quebra em relação a 2024, manteve uma presença significativa. O número de deputados é agora idêntico ao do Chega, o que altera a dinâmica da oposição.
  • Chega: 58 deputados (+10 face a 2024)
    Registou um crescimento considerável em número de deputados. Esta é a sua maior representação parlamentar desde a fundação, consolidando o partido como um dos principais do espectro político.
  • Iniciativa Liberal (IL): 9 deputados (+1 face a 2024)
    Conseguiu manter representação, embora com menos expressão do que em eleições anteriores. Apresenta-se como voz liberal nas questões económicas e sociais.
  • Livre: 6 deputados (+2 face a 2024)
    Cresceu face ao último ciclo legislativo. Centrado em causas ambientais, sociais e de justiça intergeracional, reforça a presença da nova esquerda no Parlamento.
  • CDU (PCP-PEV): 3 deputados (-1 face a 2024)
    A coligação histórica entre comunistas e ecologistas continua a perder espaço, mas mantém representação. Os temas laborais e ambientais continuam a ser o foco.
  • Bloco de Esquerda (BE): 1 deputado (-4 face a 2024)
    Obteve um dos resultados mais baixos da sua história recente. Reduzido a um mandato, enfrenta agora um período de reflexão e reestruturação.
  • PAN: 1 deputado (sem variação face a 2024)
    Conseguiu manter uma voz única nas áreas dos direitos dos animais e sustentabilidade, apesar da quebra em número de votos.
  • Juntos Pelo Povo (JPP): 1 deputado (+1 face a 2024)
    De origem regional na Madeira, o partido volta a marcar presença no Parlamento, reforçando o pluralismo com representação insular.

E agora, o que acontece após as eleições legislativas?

A Aliança Democrática (AD) foi o partido mais votado nas legislativas de 2025, mas não obteve maioria absoluta. No entanto, com 89 deputados, fica aquém dos 116 necessários para governar com estabilidade sem apoio parlamentar. Este cenário obriga à construção de entendimentos para garantir a aprovação de iniciativas no Parlamento.

O Chega e o Partido Socialista (PS), com 58 deputados cada, surgem como as duas maiores bancadas da oposição. Esta igualdade numérica introduz uma nova dinâmica na Assembleia, com impacto nas comissões parlamentares e na agenda legislativa.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, anunciou que deixará a liderança do partido após os resultados. A sucessão interna será um processo relevante para o reposicionamento do partido no novo ciclo político.

A Iniciativa Liberal, com 9 deputados, o Livre com 6, e os partidos com representação única (CDU, BE, PAN e JPP) poderão ter um papel relevante na aprovação de leis específicas, sobretudo em matérias onde o Governo necessite de apoio adicional.

Apesar da vitória eleitoral, a AD governará sem maioria. O seu líder, Luís Montenegro, já indicou que não pretende formar coligações formais com outros partidos, pelo menos para já. A formação do governo dependerá, assim, da capacidade de negociação da AD e da abertura das outras forças políticas ao diálogo.

As próximas semanas serão marcadas por reuniões institucionais, nomeadamente com o Presidente da República, que deverá indigitar o primeiro-ministro. A estabilidade política dependerá do grau de articulação que os partidos conseguirem estabelecer no novo contexto parlamentar.

Este artigo reflete os dados oficiais apurados até 19 de maio de 2025, incluindo o círculo da emigração. Já foram atribuídos 226 lugares, existindo ainda 4 deputados por eleger.

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