Share the post "Revisão da lei da nacionalidade portuguesa: mudanças em debate"
A revisão da lei da nacionalidade portuguesa em curso no Parlamento poderá alterar profundamente os critérios atuais de atribuição e aquisição de cidadania. As propostas visam modernizar o sistema, aumentar a inclusão de populações vulneráveis, como refugiados, e tornar o processo mais transparente e justo.
Questões como o tempo de residência, os requisitos para nacionalidade portuguesa e a validação do conhecimento cívico estão em debate. Se reside em Portugal, pretende naturalizar-se ou tem filhos nascidos no país, este artigo ajuda a compreender como as novas medidas podem afetá-lo diretamente.
Nacionalidade portuguesa para refugiados e crianças nascidas em Portugal
Propostas do Livre visam maior inclusão humanitária
Um dos pontos centrais desta revisão da lei da nacionalidade portuguesa é a possibilidade de atribuir cidadania automaticamente a crianças nascidas em Portugal filhas de pais refugiados, desde que não possam adquirir a nacionalidade de origem dos progenitores.
Segundo a proposta do partido Livre, também seriam abrangidos os indivíduos com estatuto de refugiado ou proteção subsidiária, desde que vivam legalmente no país há pelo menos quatro anos. O objetivo é integrar mais eficazmente quem já contribui para a sociedade portuguesa e oferecer estabilidade jurídica a pessoas em situação de vulnerabilidade reconhecida.
Requisitos para nacionalidade portuguesa e processo de naturalização
Iniciativa Liberal propõe regra única para tempo de residência
Atualmente, cidadãos lusófonos e da União Europeia podem pedir a cidadania portuguesa após sete anos de residência legal. No entanto, a Iniciativa Liberal quer aplicar um prazo único de 10 anos para todos os candidatos, promovendo igualdade de tratamento no processo de naturalização em Portugal.
No entanto, o partido propõe exceções: em casos onde o requerente demonstre elevado domínio da língua portuguesa, cultura nacional e conhecimento da organização política do Estado, o prazo poderá ser reduzido novamente para sete anos.
Outra proposta em análise é a suspensão da tramitação de pedidos de nacionalidade no caso de processos criminais graves em curso. Contudo, se o candidato for absolvido, o período será contabilizado como tempo de residência.
Alterações à lei da cidadania e cerimónia de atribuição
Nova cerimónia simbólica e eliminação de sanções automáticas
Para reforçar a identidade e o sentimento de pertença dos novos cidadãos, está prevista a criação de uma cerimónia de nacionalidade portuguesa com caráter simbólico e realização anual. Esta será facultativa e tem como missão integrar simbolicamente os novos portugueses na sociedade.
Além disso, tanto o Livre como o Partido Socialista propõem eliminar a perda de nacionalidade automática por condenações criminais, alegando inconstitucionalidade nesta prática.
Outra alteração importante está na forma de validar o conhecimento sobre os valores constitucionais portugueses. O Livre propõe criar uma comissão independente para avaliar esse critério, substituindo o atual modelo centrado apenas em testes formais.
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