Share the post "Veto presidencial à lei laboral: António Filipe promete travar reformas polémicas"
O veto presidencial à lei laboral poderá tornar-se uma arma decisiva na defesa dos trabalhadores em Portugal. António Filipe, candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP, declarou que está disposto a usar esse mecanismo constitucional para travar alterações à legislação laboral que considera lesivas.
Numa altura em que o Governo prepara reformas que poderão aumentar a precariedade e fragilizar garantias fundamentais, a posição de Filipe levanta um debate urgente sobre o rumo das relações laborais no país e os mecanismos de controlo democrático disponíveis.
Alterações à legislação laboral geram forte contestação
Propostas do Governo acentuam a precariedade no mercado de trabalho
Durante um encontro com dirigentes da CGTP, António Filipe manifestou uma rejeição firme ao anteprojeto do Governo sobre reformas laborais. Na sua ótica, as alterações propostas abrem caminho a uma maior precariedade no mercado de trabalho, nomeadamente através da desregulação dos horários, do enfraquecimento das regras de proteção no despedimento e da flexibilização dos vínculos laborais.
Entre as medidas mais questionadas destaca-se a possibilidade de despedimentos sem justa causa, mesmo em casos reconhecidos judicialmente como ilegais. Para Filipe, esta proposta representa uma grave violação dos direitos dos trabalhadores, ao comprometer o princípio constitucional da estabilidade no emprego. A medida, diz o candidato, “coloca em causa o vínculo laboral como um direito protegido e não uma simples conveniência contratual“.
Direitos fundamentais como o direito à greve e a liberdade sindical ameaçados
Outro ponto de preocupação prende-se com a desvalorização da contratação coletiva e os ataques à liberdade sindical em Portugal. António Filipe criticou as tentativas de limitar o alcance dos acordos entre sindicatos e empregadores, alertando para o risco de uma regressão das conquistas históricas dos trabalhadores.
Reformas que restrinjam o direito à greve e que reduzam a capacidade de representação dos sindicatos geram um desequilíbrio nas relações laborais, minando a negociação coletiva e colocando os trabalhadores numa posição de vulnerabilidade. Essas medidas, segundo Filipe, poderão tornar-se um precedente perigoso em termos de desregulação, colocando em risco pilares como o direito à greve ameaçado por condicionamentos legais excessivos.
O papel do Presidente da República na proteção dos direitos laborais
Veto político como instrumento legítimo de defesa
Apesar de o Presidente da República só intervir após a aprovação parlamentar de qualquer legislação, António Filipe deixou claro que não hesitará em travar reformas injustas. O veto presidencial à lei laboral surge, neste contexto, como uma ferramenta legítima de contenção política.
O candidato sublinha que, mesmo podendo ser ultrapassado por uma maioria absoluta no Parlamento, o veto é um sinal político forte. Serve para marcar posições, suscitar debate público e pressionar os legisladores a reverem propostas que atentem contra a Constituição ou os direitos consagrados dos trabalhadores.
Fiscalização constitucional como salvaguarda dos princípios democráticos
Além do veto político, António Filipe destaca o recurso à fiscalização preventiva da constitucionalidade como um mecanismo importante. Segundo afirmou recentemente, “quando valores como o respeito pelo contrato de trabalho estão em causa, o Presidente tem o dever constitucional de zelar pelo cumprimento das normas fundamentais”.
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