Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
15 Out, 2025 - 20:00

Vitória eleitoral do PSD nas autárquicas: 136 câmaras e maioria em 109

Cláudia Pereira

Vitória eleitoral do PSD nas autárquicas de 2025 garante 136 câmaras e reforça influência do partido no poder local em todo o país.

A vitória eleitoral do PSD nas autárquicas de 2025 marca uma viragem significativa na política local em Portugal. Com a conquista de 136 câmaras municipais — um aumento expressivo relativamente a 2021 — o partido liderado por Luís Montenegro assume-se como a maior força autárquica do país.

Mais do que números, esta ascensão reflete um novo ciclo de liderança política, reposicionando o centro-direita no controlo de estruturas determinantes como a Associação Nacional dos Municípios e a Anafre. Neste artigo, analisamos os dados, coligações e implicações da vitória eleitoral do PSD nas autárquicas.

Resultados das autárquicas de 2025: PSD reforça liderança

Câmaras conquistadas pelo PSD e maioria absoluta em 109 municípios

O PSD obteve um resultado expressivo nas eleições autárquicas, conquistando 136 câmaras em todo o território nacional. Destas, 78 foram garantidas por listas próprias e 58 em coligações com outros partidos, nomeadamente o CDS-PP. Um aspeto determinante foi o facto de 109 destas vitórias terem resultado em maiorias absolutas, o que oferece estabilidade às administrações locais e facilita a execução das políticas propostas.

Com cerca de 1,9 milhões de votos — correspondentes a 34,31% do total nacional — o partido reforçou o seu peso político a nível municipal. Este desempenho confirma a tendência de crescimento do PSD nas eleições locais.

Coligações PSD CDS-PP e independentes ampliam mapa eleitoral do partido

As coligações com o CDS-PP — destacando-se a Aliança Democrática (AD), presente em 44 municípios — foram fundamentais para ampliar o mapa do poder autárquico dos sociais-democratas. Outras coligações incluíram alianças com a Iniciativa Liberal e movimentos independentes, os quais também contribuíram significativamente para a vitória eleitoral do PSD nas autárquicas.

O partido apoiou seis movimentos independentes que venceram as eleições, incluindo os liderados por Isaltino Morais (Oeiras) e Maria das Dores Meira (Setúbal), aumentando ainda mais a sua influência no plano autárquico.

Luís Montenegro e a nova força da liderança do PSD

PSD preparado para liderar a ANMP e a Anafre

A liderança de Luís Montenegro sai claramente reforçada com este resultado. Dois dias após o sufrágio, o PSD reuniu a sua comissão permanente para programar os próximos passos após o êxito eleitoral. Estiveram presentes, entre outros, o presidente do partido, os vice-presidentes, o secretário-geral Hugo Soares e o coordenador autárquico Pedro Alves.

Com este resultado, o PSD garante condições para assumir o controlo da Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (Anafre), estruturas com um papel central na negociação de fundos, execução de políticas e representação do poder local.

Esta conquista cumpre um dos objetivos estratégicos definidos por Montenegro, consolidando a sua liderança e posicionando o partido de forma favorável para os próximos ciclos eleitorais nacionais.

Impacto da vitória centro-direita em Lisboa, Porto e novos municípios

A vitória centro-direita nas maiores autarquias do país representa um novo ciclo para o poder local. O PSD reconquistou câmaras de destaque como Porto, Sintra, Vila Nova de Gaia e Leiria — somando-se à manutenção em bastiões como Lisboa e Cascais.

Apesar deste avanço, o partido sofreu derrotas em tradicionalmente fortes como Bragança, Viseu e Coimbra, demonstrando alguma complexidade no cenário político regional. Ainda assim, o saldo geral foi marcadamente positivo, com relevantes ganhos que reposicionam o partido como protagonista na política municipal portuguesa.

Análise política: o que significa o crescimento do PSD nas eleições locais

O crescimento do PSD nas autárquicas de 2025 reflete uma alteração de rotas eleitorais que poderá ter impacto nas legislações futuras e na gestão de recursos comunitários distribuídos pelas autarquias.

A vitória do centro-direita surge num momento de contestação social e cansaço com antigas estruturas de poder. Ao assumir a liderança local em 136 municípios, os sociais-democratas poderão aplicar modelos alternativos de governação e reforçar o seu posicionamento junto da população.

Comparação com autárquicas de 2021: balanço do desempenho do PSD

Em relação às eleições autárquicas de 2021, o crescimento é claro: o PSD ascendia então a 114 câmaras e, agora, assume o comando em 136. Este ganho de 22 municípios mostra um progresso sustentado e a revalorização do eleitorado face ao partido.

Em contraste, o PS perdeu várias presidências, ficando agora com 128. Embora ainda significativo, este número marca o fim do domínio socialista iniciado em ciclos anteriores. De forma interessante, partidos como Chega e CDS-PP obtiveram avanços localizados, com Chega a conquistar três câmaras e o CDS-PP seis, em nome próprio.

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