No dia 10 de setembro de 2025 – Dia Mundial da Prevenção do Suicídio – entra em funcionamento uma nova resposta nacional de acolhimento: a Linha Nacional de Prevenção do Suicídio (número 1411)um serviço gratuito, acessível 24 horas por dia, todos os dias do ano, com identidade própria e administrado por especialistas em saúde mental.
Uma resposta especializada e autónoma
Embora integrada na rede do SNS 24, a linha 1411 opera de forma independente, com equipa própria — composta por psicólogos clínicos, psicólogos da saúde e enfermeiros especialistas em saúde mental e psiquiatria — preparados para atender com empatia e competência pedidos de apoio relacionados com pensamentos ou comportamentos suicidas. Inicialmente, o serviço será prestado por profissionais com formação em suicidologia já integrados no SNS 24.
Coordenação, formação e confidencialidade
A criação da linha foi aprovada em início de 2024, por via da Lei n.º 17/2024, mas só agora foi regulamentada através da Portaria n.º 291/2025, publicada no Diário da República em 4 de setembro de 2025.
A coordenação da linha fica a cargo dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsáveis pelo seu funcionamento, formação contínua dos operadores e divulgação nacional.
A privacidade dos utentes é absolutamente preservada: todos os dados pessoais e clínicos partilhados são tratados com confidencialidade, em conformidade com a legislação de proteção de dados.
O que acontece quando se liga para o 1411?
Ligar para uma linha de apoio emocional pode parecer assustador, especialmente quando já se está a passar por um momento difícil. Por isso, é importante saber exatamente o que esperar ao ligar para o 1411, a nova Linha Nacional de Prevenção do Suicídio.
Passo a passo da chamada:
1. Atendimento imediato e gratuito
Assim que marca o número 1411, a chamada é encaminhada para um profissional qualificado — psicólogo ou enfermeiro de saúde mental, treinado especificamente para lidar com situações de crise emocional e pensamentos suicidas.
2. Escuta ativa e confidencialidade
O profissional começa por acolher quem liga com empatia e respeito. Não há julgamentos, apenas escuta ativa, compreensão e um espaço seguro para desabafar.
Toda a conversa é confidencial e protegida por regras de privacidade.
3. Avaliação da situação
De forma calma e respeitosa, o profissional tenta compreender a gravidade da situação, perguntando como a pessoa se sente, se está em risco imediato, se já existem planos concretos para o suicídio e se há alguém por perto que possa oferecer apoio naquele momento.
4. Orientação e apoio emocional
Consoante o caso, o profissional pode ajudar a acalmar a ansiedade no momento, sugerir estratégias práticas para lidar com a dor emocional ou, se necessário, encaminhar a pessoa para serviços de saúde mental ou para uma resposta de emergência adequada.
5. Encerramento com reforço de apoio
A chamada termina apenas quando a pessoa sente que está um pouco mais segura, compreendida e com uma ideia mais clara do que pode fazer a seguir. Não é necessário dar nome, morada ou qualquer dado pessoal — quem liga decide o que quer partilhar.
Um serviço essencial em momentos críticos
Os números falam por si: em 2021 foram registadas 934 mortes por suicídio e lesões auto provocadas voluntariamente em Portugal, o que representa uma taxa de mortalidade de 9 por 100 000 habitantes. Ao nível global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 700 000 pessoas perdem a vida por suicídio anualmente.
A linha 1411 existe para apoiar quem está em sofrimento, mesmo que não saiba explicar exatamente o que sente. Não é preciso ter “motivos fortes” — sentir-se mal já é razão suficiente para pedir ajuda. Ligue 1411. Fale com alguém que se importa.
É gratuito, seguro e está disponível 24 horas por dia.