Ekonomista
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28 Jun, 2022 - 00:01

Aborto espontâneo: causas, sintomas e consequências emocionais

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O aborto espontâneo corresponde à morte fetal não induzida. As causas podem ser várias e pode ser um evento traumático.

O aborto espontâneo é um dos desfechos possíveis de uma gravidez – e é, também, uma perda dolorosa de que pouco se fala.

Frequentemente, a mulheres sentem que falharam e que deixaram fracassar um projeto que havia sido desenhado a dois, e optam por não falar abertamente sobre o assunto devido aquilo que estão a sentir.

Aborto espontâneo: o que deve saber

Podemos definir aborto espontâneo como sendo a expulsão completa ou incompleta do produto da conceção antes das 22 semanas completas de gestação ou com peso inferior a 500 gramas, sem interferência deliberada. Dito de forma mais simples, é uma perda involuntária e espontânea da gestação antes de completadas 22 semanas.

Utiliza-se a expressão aborto espontâneo quando nos queremos referir a uma perda gestacional que ocorre naturalmente, de forma involuntária, sem interferência deliberada nem indução. Geralmente, os sintomas incluem dor pélvica do tipo cólica, sangramento e eventual expulsão de restos ovulares.

Quando o aborto espontâneo é recorrente, ou seja, quando se registam três ou mais perdas espontâneas consecutivas da gravidez antes da 22ª semana de gestação, pode conduzir a sintomas de depressão, ansiedade e baixa autoestima.

Causas do aborto espontâneo

São várias as causas possíveis de aborto espontâneo, nomeadamente:

1) Idade da mulher (as mulheres adiam cada vez a primeira gravidez, aumentando o risco de resultados adversos e complicações maternas, fetais e obstétricas);

2) Alterações genéticas do embrião ou do útero (deformidades no útero);

3) Anomalias cromossómicas;

4) Doenças crónicas da mãe;

5) Problemas imunológicos;

6) Infeções;

7) Consumo de tabaco, álcool e drogas;

8) Exposição precoce a radiações;

9) Obesidade.

Apesar de existirem estes e outros fatores de risco, acredita-se que o aborto espontâneo acontece, na maioria das vezes, como consequência de anomalias cromossómicas. Isto significa que estes abortos espontâneos não seriam reparáveis.

Nestes casos, o que acontece é o despoletar de um processo de seleção natural, em que o nosso corpo ao avaliar a viabilidade da gravidez considera que o material genético produzido não reúne condições para a sua progressão.

E depois do aborto espontâneo?

A investigação tem apontado uma enorme constelação de sintomas que surgem associados a uma situação de aborto espontâneo. Frequentemente são encontrados os seguintes sintomas:

  • Entorpecimento dos sentimentos;
  • Reações de autómato associadas a um profundo sentimento de vazio e solidão;
  • Reação emocional na data prevista para o nascimento ou na data do aborto;
  • Perturbações do sono e pesadelos;
  • Pânico em avistar mulheres grávidas e bebés;
  • Manifestação de agressividade para com o pai do bebé, contra o médico ou contra si mesma;
  • Perturbações sexuais;
  • Dificuldades nas relações familiares, nomeadamente na relação de casal;
  • Sentimentos de culpa;
  • Perda de autoestima;
  • Abuso de medicamentos.

Luto no aborto espontâneo

Ao longo da sua vida, o ser humano é confrontado com diversas perdas, sendo que a perda de um filho é daquelas que provoca o sofrimento mais intenso.

Os pais não têm que lidar apenas com a perda de um filho, mas também com a perda de autoestima, a perda do estatuto de pais, perda das fantasias, das expectativas e do futuro que ambicionaram para o filho.

Apesar da adaptação à nova realidade ser extremamente dolorosa, fazer o processo de luto é fundamental. É natural que numa primeira fase a mãe passe por uma fase de negação e de choque e que os sentimentos de culpa e de raiva predominem. Posteriormente, é essencial enfrentar a dor e assumir o luto como resposta normal e saudável a uma perda.

Os pais que perderam o seu bebé devem recorrer à ajuda e ao carinho de quem os rodeia e não devem hesitar em pedir ajuda especializada sempre que se mostre necessário.

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