Os carros mais baratos que cinco mil euros não convencem, diz um estudo da Cetelem, empresa de produtos crédito que também fornece crédito automóvel.
O sector automóvel tem sido dos mais afectados com a instabilidade económica e a crise financeira que, desde 2008, tem provocado uma retracção generalizada no consumo. Em tempos de crise, os europeus tendem a mudar os seus hábitos de consumo. O “low cost” nas viagens e alimentação recolhe cada vez mais adeptos. Seria de esperar que a compra de automóveis a preços mais baixos teria igualmente sucesso.
Nos últimos dez anos, os preços de catálogo cresceram de forma mais rápida que a inflação e que os rendimentos das famílias. Se é certo que as medidas públicas de incitação à compra e ao abate de automóveis antigos conseguiu limitar os prejuízos das vendas de automóveis, verificou-se uma diminuição do número de vendas em 2009.
O “low cost” começa agora a ser uma possibilidade mais rentável de adquirir um meio de locomoção, porém, de acordo com o estudo recente da Cetelem sobre a receptividade dos europeus a este tipo de soluções, esta ‘modalidade’ de compra de carro está, acima de tudo, associada a um reduzido status social, menos elegância e menos conforto.
O relatório revela que, na hora de comprar carro, os consumidores europeus desconfiam da qualidade da oferta abaixo dos 5 mil euros, 22% têm como valores de referência carros entre os 5 mil e os 8 mil euros. No caso dos portugueses, apenas 13% dos inquiridos admitem comprar um carro inferior a 5 mil euros, mas mais de metade revelou estar disposta a adquirir este bem por 10 mil euros, e com toda a confiança.
À semelhança da média europeia, 31% dos espanhóis pretende adquirir automóvel a baixo custo. Os ingleses são os que menos se preocupam com os factores associados ao “status social”, design ou conforto – 62% estão prontos a comprar um carro por menos de 8 mil euros.