Share the post "AVC em mulheres: sinais diferentes e riscos que passam despercebidos"
O Acidente Vascular Cerebral é frequentemente imaginado como um episódio com sinais muito marcados: a clássica dificuldade em levantar um braço, a fala arrastada ou a boca ao lado são os exemplos mais conhecidos.
No entanto, as mulheres podem apresentar um conjunto de sintomas que não encaixa neste retrato, facilmente confundidos com stress, fadiga ou um simples mal-estar. Esta diferença explica parte dos atrasos na procura de ajuda e das consequências mais graves em idade adulta e mesmo antes da menopausa.
Por que razão o risco feminino é diferente
A biologia, as hormonas e determinados momentos da vida tornam o risco feminino distinto. Contraceptivos orais, enxaquecas com aura, gravidez e pós-parto ampliam a probabilidade de ocorrer um AVC isquémico. Alguns estudos mostram que mulheres jovens apresentam taxas superiores às dos homens da mesma faixa etária, mesmo quando aparentemente saudáveis. Soma-se ainda o impacto mais severo da fibrilhação auricular no sexo feminino, o que aumenta complicações e mortalidade após um episódio.
A isto juntam-se fatores comuns aos dois sexos, como hipertensão, colesterol elevado, diabetes ou sedentarismo, mas que têm particular expressão nas mulheres portuguesas, reforçando a necessidade de vigilância regular.
Sintomas que atrasam o pedido de ajuda
As mulheres podem apresentar um conjunto de sinais que raramente são associados de imediato a um AVC, mas que surgem com frequência nos casos estudados. Entre esses sinais encontram-se o desmaio súbito, a perda de consciência, a fraqueza generalizada e a dificuldade em respirar. Somam-se alterações do estado mental, como confusão, apatia ou desorientação, bem como mudanças bruscas de comportamento que muitas vezes são confundidas com ansiedade ou exaustão. Em alguns casos, podem ainda surgir náuseas, vómitos, convulsões ou até soluços persistentes.
A importância dos primeiros minutos
Estes sintomas afastam-se do padrão clássico e levam muitas mulheres a adiar a procura de ajuda, esperando que passem sozinhos. A demora é arriscada, porque num AVC cada minuto conta e pode fazer diferença entre recuperação e lesão permanente.
Quando existe suspeita, não há espaço para hesitações. A recomendação dos especialistas é simples: ligar de imediato para o 112, pois, a janela temporal para intervenção é curta e influencia diretamente a recuperação. Tratamentos como a trombólise só são eficazes quando iniciados precocemente, por isso reconhecer estes sinais atípicos torna-se tão importante quanto saber identificar os sintomas clássicos.
O papel da prevenção
Prevenir continua a ser a estratégia mais eficiente: controlar a tensão arterial, vigiar colesterol e glicemia, manter atividade física e seguir uma alimentação equilibrada reduz de forma significativa a probabilidade de sofrer um AVC.
Para as mulheres com fatores de risco específicos, como enxaqueca com aura ou contracepção hormonal, é aconselhável discutir opções com o médico e avaliar a melhor abordagem. Evitar fumar o e moderar o consumo de álcool também faz diferença.
O retrato do AVC nas mulheres mostra uma realidade que merece mais visibilidade. Os sinais podem ser diferentes, podem ser mais discretos ou até confundidos com o ritmo apressado do dia a dia, por isso, reconhecê-los é uma forma de proteção.
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