Miguel Pinto
Miguel Pinto
10 Nov, 2025 - 12:00

Carregador sempre na tomada? Conheça o “consumo vampiro”

Miguel Pinto

Pois é, o hábito de manter o carregador sempre na tomada ou os gadgets ligados à corrente pode custar caro na fatura da eletrcidade.

carregador sempre ligado

Quantas vezes já saiu de casa (ou estando em casa) e deixou o carregador do telemóvel ligado à tomada?

Se é como a maioria das pessoas, provavelmente não pensa duas vezes nisso. Mas essa pequena distração pode estar a custar-lhe dinheiro e a desperdiçar energia sem que se aperceba.

Os carregadores que ficam ligados à corrente, mesmo sem qualquer dispositivo conectado, fazem parte daquilo a que os especialistas chamam “energia vampiro” ou “consumo fantasma”.

Trata-se da electricidade consumida por aparelhos electrónicos quando estão em modo de espera, desligados ou, no caso dos carregadores, simplesmente ligados à tomada sem estarem a carregar nada.

A forma mais simples de detectar um vampiro energético? Se o carregador estiver quente ao toque quando não está a carregar nenhum dispositivo, está a consumir energia de forma desnecessária.

Quanto custa o carregador ligado?

Os números variam consoante o tipo de carregador. Segundo testes do Laboratório de Berkeley, os carregadores de telemóvel em modo sem carga consomem cerca de 0,26 watts, enquanto os carregadores de portáteis consomem 4,42 watts.

Estes valores podem parecer insignificantes à primeira vista. Mas quando multiplicados pelos vários dispositivos que temos em casa, e pelo facto de estarem ligados 24 horas por dia, a conta começa a fazer-se sentir.

Para algumas famílias, o consumo fantasma pode representar entre 100 e 200 euros por ano. Estima-se que os “vampiros de energia” são responsáveis por cerca de 10% do consumo de energia residencial, o que equivale a pelo menos 4 mil milhões de euros gastos em energia desperdiçada todos os anos.

Não são só os carregadores

Embora os carregadores sejam culpados frequentes, não são os únicos vampiros energéticos que espreitam na sua casa. Há muitos outros aparelhos a que deve tter atenção, como televisões e boxes de cabo, consolas de videojogos, computadores em modo de suspensão, micro-ondas e cafeteiras com relógio ou dispositivos com comando à distância.

    Qualquer aparelho com uma luz de standby, um relógio ou que responda a um comando à distância está constantemente a consumir energia, mesmo quando aparentemente desligado.

    Como combater os vampiros energéticos?

    Felizmente, eliminar o desperdício de energia é mais simples do que parece. Aqui ficam algumas estratégias práticas:

    1. Desligue da tomada. A solução mais óbvia e eficaz é desligar os carregadores e aparelhos quando não estão a ser utilizados. No caso dos carregadores de telemóvel, retire-os da tomada assim que o dispositivo estiver totalmente carregado.

    2. Use réguas com interruptor. Se tem vários dispositivos ligados, pode conectá-los todos a uma régua com interruptor. Assim, com um simples toque, corta a energia a todos de uma vez.

    3. Invista em réguas inteligentes. As réguas inteligentes vão mais longe e podem ser programadas para desligar automaticamente durante certas horas do dia ou detectar quando os dispositivos entram em modo de espera e cortar-lhes a energia.

    4. Opte por carregadores eficientes. Alguns carregadores modernos são concebidos para consumir energia apenas quando têm um dispositivo conectado. Embora possam custar um pouco mais, compensam a longo prazo.

    5. Priorize aparelhos certificados. Ao comprar novos electrodomésticos ou dispositivos electrónicos, procure produtos com certificação de eficiência energética. Estes aparelhos não só consomem menos energia quando estão em uso, como também desperdiçam muito menos quando estão em modo de espera.

    É verdade que desligar um único carregador não vai revolucionar a sua conta de electricidade. No entanto, quando se considera o efeito cumulativo de todos os dispositivos numa casa e se multiplica isso por milhões de lares, o impacto torna-se significativo.

    E além da poupança financeira, há também o benefício ambiental. Reduzir o consumo fantasma significa menos energia desperdiçada e, consequentemente, menos emissões de gases com efeito de estufa.

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