Márcio Matos
Márcio Matos
25 Out, 2018 - 11:21

6 cineastas ingleses premiados que precisa conhecer

Márcio Matos

Fique a conhecer as principais obras-primas de cineastas ingleses que merecem e têm sido aplaudidos pelo público e pela crítica.

6 cineastas ingleses premiados que precisa conhecer

O trabalho destes cineastas ingleses prova como, muitas vezes, por detrás de um grande filme e de um grande elenco está um criador atento e genial. Premiados e reconhecidos, não só pelos espectadores, como pela própria crítica e pelos pares, todos estes cineastas ingleses já marcaram, indubitavelmente, a história da sétima arte, tanto britânica, como mundial. Dos mais antigos aos contemporâneos, estes cineastas ingleses estão associados a produções cinematográficos que se tornaram verdadeiros clássicos do cinema.

6 cineastas ingleses ampla e merecidamente premiados

1. Richard Attenborough (1923-2014)

Richard Samuel Attenborough nasceu em Cambridge, nos anos 20 do século passado e foi ator e cineasta. Frequentou a Royal Academy of Dramatic Art e estreou-se com a peça de Agatha Christie, The Mousetrap. No fim dos anos 50, constituiu uma produtora cinematográfica, a Beaver Films, juntamente com Bryan Forbes. Presidiu à British Academy of Film and Television Arts (BAFTA) e, também, à RADA, à Mahatma Gandhi Foundation e à National Film and Television School. Dirigiu, ainda, a Capital Radio.

Em termos cinematográficos, como ator e cineasta, desenvolveu a sua carreira entre 1942 e 2007. Está ligado, como realizador, a produções importantes como Chaplin (1992) ou, o seu último trabalho, Closing the ring (2007), mas é com Gandhi (1982) que alcança a sua verdadeira consagração. O filme biográfico conta vida de Mohandas Karamchand Gandhi, líder do movimento de independência não-violento e não cooperativo contra a Índia britânica e é protagonizado por Ben Kingsley. Por ele, recebeu dois Óscares para melhor filme e melhor realizador; dois globos de ouro para melhor realizador e melhor filme estrangeiro; e, ainda, dois BAFTA. Merecedor de nomeações por outros filmes, podemos considerar que é como cineasta que Attenborough mais e melhor se afirma tendo deixado, para além das suas produções cinematográficas, dois filhos que prezam e honram o seu legado: Michael Attenborough, como cineasta e Charlotte Attenborough, como atriz.

2. Danny Boyle (1956- )

Boyle nasceu em Radcliffe, no condado de Lancashire a 20 de outubro de 1956. Aos 61 anos de idade é um dos cineastas e produtores britânicos mais aclamados e reconhecidos. É particularmente conhecido por filmes como Trainspotting (1996) – inspirado no livro homónimo de Irvine Welsh – e A Praia (2000) – produção baseada num romance de Alex Garland, filmada nas ilhas Phi Phi, na Tailândia, tendo como protagonista Leonardo DiCaprio. Contudo, foi há 10 anos, em 2008, que Boyle veria todo o seu mérito ser reconhecido ao receber múltiplos prémios por Slumdog Millionaire. A história deste jovem indiano contada por Boyle fá-lo arrecadar uma série de condecorações para melhor realizador, tais como um Óscar, um Globo de Ouro e um BAFTA.

Mais recentemente, em 2011, realizou o filme 127 Hours – quem não se lembra de ver James Franco a interpretar o papel do alpinista Aron Ralston, que ficou preso por uma pedra em Robbers Roost, Utah, em abril de 2003; em 2015, Steve Jobs – uma produção biográfica que conta a história do co-fundador da Apple, protagonizado por Michael Fassbender; e, em 2017, onze anos depois, a sequela da sua produção muito afamada, Trainspotting.

3. Alfred Hitchcock (1899-1980)

Sir Alfred Joseph Hitchcock é, certamente, uma das figuras mais importantes do cinema. São inúmeros os contributos que deu para o crescimento e desenvolvimento da sétima arte, sendo seguro o caráter inventivo que somou a muitas das suas obras. Desde logo, ao que às produções de suspense diz respeito. Hitchcock praticamente criou um género novo, em que o thriller e o mistério são tratados de uma forma verdadeiramente única e inovadora. O terror conseguido através dos jogos de luz e da banda sonora, o inocente que é apontado como o vilão, o espectador que é incluído no filme e se torna parte ativa querendo descobrir quem realmente cometeu o crime; e as próprias aparições de Hitchcock durante o desenrolar do filme, comentando a ação, foram opções verdadeiramente arrojadas e que tornam as obras uma referência para que todos os que apreciam a sétima arte.

Apesar de tudo isto, e não obstante as nomeações, Hitchcock nunca viria a receber a tão cobiçada estatueta: o Óscar da Academia. Porém, são vários os filmes que a mereciam. É o caso de Psycho (1961), baseado no romance homónimo de Robert Bloch. À época, esta produção faturou 60 milhões de dólares nas bilheteiras, um pouco por todo o mundo e, até hoje, ninguém esquece o banho de chuveiro subitamente interrompido por uma mão a segurar uma faca e uma banda sonora verdadeiramente de arrepiar. Também para a história ficou The Birds (1963) e a sua útima produção, Family Plot (1976).

4. David Lean (1908-1991)

David nasceu em Croydon, Surrey, e é até hoje considerado um dos melhores realizadores da história do cinema. O British Film Institute e a revista Sight And Sound elegeu David Lean como o nono melhor realizador de cinema de todos os tempos. Três dos seus filmes estão no top 5 dos 100 melhores filmes britânicos, segundo o British Film Institute. Também merece os mais rasgados elogios por parte dos seus pares, nomeadamente Steven Spielberg, Martin Scorcese e Stanley Kubrick, alguns dos quais têm em David uma verdadeira referência.

Nomeado diversas vezes para os Óscares, recebeu dois pelo seu trabalho em A Ponte do Rio Kwai (1957) e Lawrence da Arábia (1962). Porém,  ficaria também para a história a sua produção de 1965, Doutor Jivago. Este filme, baseado no romance homónimo de Boris Pasternak, conta a história de amor entre Yuri Jivago, um jovem médico aristocrata, e Lara Antipova, uma enfermeira plebeia. Tudo isto tendo como cenário a revolução russa de 1917.

5. Steve McQueen (1969- )

Steven Rodney McQueen nasceu em Londres e a sua carreira é já marcada por grandes sucessos que entraram, seguramente, para a lista das melhores películas cinematográficas. Tendo começado a ganhar notoriedade com filmes como Hunger (2008) e Shame (2011), ambos protagonizados pelo ator Michael Fassbender, foi com a produção 12 anos escravo (2013) que o realizador teve a sua grande consagração. A adaptação da autobiografia homónima de 1853 de Solomon Northup narra o percurso de um negro livre, nascido no estado de Nova Iorque, mas que foi sequestrado em Washington, D.C., em 1841, vendido como escravo e que trabalhou em plantações no estado de Louisiana durante 12 anos, até ser libertado, valeu a McQueen um Óscar para melhor filme, um Globo de Ouro para melhor filme dramático e um BAFTA para melhor filme. Foi a primeira vez que um realizador negro ganhou tal Óscar.

6. Sam Mendes (1965- )

Samuel Alexander Mendes nasceu em Reading, Berkshire. O pai tinha ascendência portuguesa e, desde cedo, Sam mostrou interesse pelo mundo do teatro e mais tarde pelo cinema. Incentivado por Steven Spielberg para seguir a carreira de cineasta, Sam estreia-se em 1999 com o filme American Beauty, protagonizado por Kevin Spacey e Annette Bening, e cujo sucesso junto da crítica e das bilheteiras foi tal, que até lhe valeu um Óscar para melhor realizador e um Globo de Ouro. Anos mais tarde, em 2002, viria a dirigir o filme Road to Perdition, protagonizado por Tom Hanks e Paul Newman, o qual foi muito bem recebido pela crítica. Em 2008, juntou em Revolutionary Road o casal que havíamos visto anos antes em Titanic, Kate Winslet e Leonardo DiCaprio. Em 2012, Sam cumpre um sonho e dirige uma sequela de James Bond, neste caso Skyfall. Este grande sucesso de bilheteira vence, ainda, dois Óscares e um BAFTA para melhor filme britânico.

Esta viagem pelo universo da sétima arte de assinatura britânica permitiu perceber como o cinema não tem idade e todas estas obra são, realmente, intemporais. Dedique o mês a estes cineastas ingleses e garanta que tem sempre bom cinema a passar aí em casa. Percorra diversos géneros e épocas, tendo sempre a certeza que as produções destes cineastas ingleses são dignas do seu tempo e da sua atenção. Há outros cineastas ingleses que poderíamos ter acrescentado à lista, mas esses deixamos para que você próprio descubra e faça a sua avaliação.

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