Share the post "Combate aos incêndios em Portugal: Catarina Martins exige 5% do PIB para o mundo rural"
À medida que o combate aos incêndios em Portugal se intensifica durante uma das épocas mais críticas do ano, cresce também o debate sobre as políticas públicas de prevenção e resposta. Catarina Martins, ex-coordenadora do Bloco de Esquerda, acusa o Governo de Luís Montenegro de negligenciar medidas estruturais que garantam proteção real às populações e ao território.
Num país ciclicamente fustigado pelo fogo, a líder bloquista exige uma estratégia nacional sustentada, que inclua o reforço do investimento no mundo rural como medida prioritária de segurança e desenvolvimento.
Gestão dos incêndios e insuficiência dos meios de proteção civil
Capacidade de resposta sob pressão e críticas políticas crescentes
Recentemente, o primeiro-ministro Luís Montenegro apelou à “serenidade” em declarações públicas sobre os fogos florestais, reconhecendo que o país “não tem capacidade ilimitada“, mas afirmando que “temos meios”. No entanto, este discurso foi rapidamente contestado por Catarina Martins, que considera alarmante a persistente escassez de meios de proteção civil adequados para enfrentar as catástrofes naturais que assolam o território nacional.
Prevenção de incêndios florestais requer políticas de longo prazo
Investimento no mundo rural como pilar de segurança
Para evitar futuros desastres, Catarina Martins exige um compromisso nacional com a prevenção. Defende que a gestão do território precisa deixar de ser uma promessa e tornar-se uma política ativa, contínua e financiada. Propõe que Portugal destine pelo menos 5% do Produto Interno Bruto ao investimento no mundo rural, assegurando não só mecanismos de prevenção de incêndios florestais, mas também um reequilíbrio territorial que beneficie as populações mais expostas.
Este financiamento deve garantir a sustentabilidade da floresta e das comunidades locais, através de programas de limpeza, reflorestação diversificada e apoio à agricultura de pequena escala. Com isso, seria possível reduzir consideravelmente as vulnerabilidades associadas ao abandono do interior e à falta de gestão florestal eficaz.
Do financiamento ambiental à gestão de riscos
Martins aponta ainda que, sem um plano coerente de financiamento da proteção ambiental, o país continuará a repetir tragédias, ano após ano. Ela insiste que soluções existem e estão identificadas em diversos relatórios técnicos e científicos; o problema reside na falta de vontade política para implementá-las com seriedade e regularidade.
Segurança nacional e resposta aos incêndios: uma nova abordagem
Mais investimento interno, menos gastos externos
Catarina Martins questiona abertamente as escolhas do atual Executivo no que diz respeito às políticas de segurança nacional. Critica o aumento do orçamento militar direcionado à NATO e levanta dúvidas sobre a utilidade prática dessas medidas para a proteção real das populações portuguesas face à ameaça dos incêndios.
“Os tanques de Trump não vão proteger Portugal dos fogos”, afirmou, num claro recado à proposta governamental de aumentar a despesa com equipamento militar. No seu entender, a verdadeira resposta aos incêndios em Portugal deve passar pela redefinição do orçamento para a proteção civil e pelo fortalecimento da defesa ambiental como instrumento-chave de segurança interna.
Criar políticas de território mais justas, garantir presença humana no interior e dotar as corporações de bombeiros de meios modernos e eficazes são algumas das propostas que a ex-dirigente do Bloco apresenta para inverter o ciclo de destruição anual.
Participe neste debate essencial para o futuro de Portugal! Partilhe este artigo e deixe a sua opinião: como podemos melhorar a prevenção e a resposta aos incêndios no país?