Como votar nas legislativas 2025: tudo o que precisa de saber

As eleições legislativas de 2025 em Portugal estão agendadas para o dia 18 de maio. Este é o momento para os cidadãos escolherem os seus representantes na Assembleia da República. Para garantir que está preparado para exercer o seu direito de voto, é essencial conhecer os procedimentos e prazos envolvidos.

Antes de votar: datas, horários e documentos obrigatórios

As eleições legislativas de 2025 realizam-se no domingo, 18 de maio, e os locais de voto estarão abertos entre as 8h00 e as 19h00. Sim, é um domingo, mas vale a pena levantar-se um pouco mais cedo para dar voz à sua escolha — e quem sabe, até dar um passeio até à escola primária onde vota desde sempre.

Para votar, precisa de levar um destes documentos de identificação válido:

• Cartão de cidadão;
• Bilhete de identidade;
• Passaporte;
• Carta de condução.

O importante é que o documento contenha o seu nome completo e fotografia visível. Sem isso, corre o risco de ir até à mesa de voto só para dar um passeio e regressar sem votar.

Mas onde é que se vota, afinal?

O local de voto nem sempre é o mesmo — especialmente se mudou de freguesia, residência ou se já não se lembra da última vez que viu a sua caderneta de recenseamento. Por isso, o ideal é confirmar. Tem várias formas rápidas e eficazes de o fazer:

• Aceda ao Portal do Eleitor – basta introduzir os seus dados e fica logo a saber o local exacto da sua mesa de voto.
• Dirija-se à junta de freguesia da sua área de residência – há sempre alguém disponível para ajudar com esta informação.
• Envie um SMS gratuito para o número 3838 com a seguinte mensagem: RE [número do documento de identificação] [data de nascimento no formato AAAAMMDD] Por exemplo: RE 12345678 19800415. Vai receber, em segundos, uma mensagem com o nome da freguesia, o número da secção de voto e o local onde deve votar. Simples, rápido e sem apps.

Confirme esta informação com antecedência, especialmente se pretende votar logo de manhã ou se tem o hábito de ir depois do almoço — ninguém quer dar com a porta fechada ou fazer quilómetros para o lado errado da freguesia.

Voto antecipado: quando o dia 18 não combina com a sua agenda

Nem todos conseguem votar no dia da eleição. Pode ter uma viagem marcada, estar fora do concelho, trabalhar ao domingo ou simplesmente preferir tratar disso mais cedo para aproveitar o fim de semana. Felizmente, o sistema eleitoral português está preparado para esses imprevistos — ou melhor, para os previstos.

Voto antecipado em mobilidade

Se no dia 18 estiver longe do seu local de voto habitual, pode optar por votar antes — sem dramas nem burocracias infindáveis. Esta modalidade está aberta a todos os eleitores recenseados em Portugal.

• A votação decorre no domingo anterior, dia 11 de maio.
• Tem de se inscrever previamente entre 4 e 8 de maio.
• O registo faz-se online, de forma simples, através do site votoantecipado.pt.
• Pode escolher qualquer município do país para votar, o que é bastante útil para quem já está com malas feitas ou em digressão entre cidades.

Voto antecipado em instituições: hospitais e estabelecimentos prisionais

Se estiver hospitalizado ou privado de liberdade mas com os seus direitos políticos intactos, também tem direito a votar — e o Estado assegura que o seu boletim chegue às urnas.

• A inscrição deve ser feita até ao dia 28 de abril.
• Os votos serão recolhidos entre 5 e 8 de maio, por uma equipa designada pela câmara municipal da área.

Voto no estrangeiro: eleitores temporariamente deslocados

Está fora de Portugal em trabalho, a estudar ou em tratamento médico? Pode votar fora do território nacional, desde que esteja recenseado em território português e com prova da sua situação.

• A votação acontece nos dias 6, 7 e 8 de maio.
• Pode votar nas embaixadas, consulados ou noutros locais autorizados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O processo exige alguma organização prévia, por isso vale a pena consultar a sua secção consular com antecedência. Ninguém quer perder o voto porque não encontrou estacionamento em Bruxelas ou porque o consulado fechou antes da hora.

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Acessibilidade: votar deve ser simples para todos

O direito ao voto é universal — e o processo deve acompanhar essa promessa. Por isso, se tem uma deficiência física ou visual, não se preocupe: pode ser acompanhado por alguém da sua confiança, e as mesas de voto têm disponível uma matriz em braille para quem precisar.

A única exigência legal? Em alguns casos, pode ser necessário apresentar um atestado médico que comprove a situação. Uma formalidade para garantir que tudo corre com respeito, discrição e equidade.

Últimos lembretes antes da cruzinha

A poucos dias das legislativas, vale a pena fazer um checklist mental — ou físico, se for dos que gostam de listas bem riscadas — para garantir que nada falha no grande dia:

• Confirme onde vota – mudanças de residência, actualizações no recenseamento ou simples esquecimento podem fazê-lo dar um passeio desnecessário.
• Leve um documento válido – certifique-se de que está em boas condições e que inclui o seu nome completo e fotografia visível.
• Considere o voto antecipado – se sabe que no dia 18 vai estar fora, ocupado ou simplesmente a precisar de um domingo de descanso total.
• Informe-se com fontes oficiais – nada de palpites nas redes sociais. Consulte o Portal do Eleitor ou a Comissão Nacional de Eleições.

Agora, uma nota que vai além da logística:

Votar é muito mais do que uma obrigação cívica. É também um privilégio — e, como todos os privilégios, vem com responsabilidade. Por isso, antes de entrar na cabine, vale a pena fazer outra verificação: a da sua consciência política.

Como escolher bem em quem votar

Não precisa de decorar programas eleitorais como se fossem manuais escolares, mas também não vale votar “só porque sim”. Aqui vão algumas dicas para uma escolha mais informada:

• Leia os programas resumidos – quase todos os partidos disponibilizam versões simplificadas das suas propostas. Não é preciso gostar de tudo, mas deve identificar-se com algo.
• Veja debates, mas com espírito crítico – repare quem responde, quem foge e quem promete sem explicar como.
• Desconfie das promessas generalistas. “Baixar impostos”, “salvar a saúde”, “criar empregos” são óptimos slogans — mas como é que pretendem fazê-lo?
• Evite votar por tradição ou hábito – os tempos mudam, as prioridades também. O voto deve acompanhar isso.

Veja também Como saber em quem votar? Dicas práticas para eleições em Portugal

Votar sem pensar é como escolher um restaurante sem ver o menu — e depois queixar-se do prato. Já votar com intenção é como marcar presença numa reunião onde decidem o que vai ser feito com o seu dinheiro, a sua saúde, os seus direitos e o seu futuro.

Mesmo que o seu partido não vença, o seu voto tem peso. Mostra que se importa, que está atento e que não abdica da sua voz. Porque democracia não é só liberdade de expressão — é liberdade de decisão.