Share the post "Maioria dos concelhos mais procurados tem casas à venda acima dos 300 mil €"
O mercado da habitação em Portugal continua a dar que falar e, desta vez, é a marca de 300 mil euros que dispara os alarmes. Segundo uma nova análise do idealista/data relativa ao terceiro trimestre de 2025, 39 dos 50 concelhos mais procurados para comprar casa, ou seja, 78 %, exibem preços medianos superiores aos 300 mil €. Este cenário mostra‑se, por um lado, como reflexo de grande procura; por outro, como alerta para quem procura habitação acessível. Vamos ver os pormenores.
O que dizem os números
Perfil da procura
A liderança pertence a concelhos limítrofes de Lisboa. Amadora surge no topo, seguida por Moita, Odivelas, Alenquer, Vila Franca de Xira, Oeiras, Barreiro, Sintra, Palmela e Loures.
Na Área Metropolitana do Porto surgem 7 concelhos no ranking: Paredes (13.º mais procurado), Maia, Gondomar, Valongo, Vila do Conde, Matosinhos e Santa Maria da Feira.
Preços medianos em evidência
A maioria dos 50 concelhos mais procurados para comprar casa em Portugal apresenta preços medianos acima dos 300 mil €, representando 78 % do total, segundo dados da Cision News.
Em casos como o de Cascais, os valores ultrapassam os 500 mil €, chegando mesmo a superar 1,3 milhões de euros, de acordo com o idealista. No extremo oposto, destacam-se concelhos como Castelo Branco, com preços a rondar os 151 mil €, e a Covilhã, com 176 mil €, surgindo como alternativas mais acessíveis.
Ainda assim, apenas 11 dos 50 concelhos analisados apresentam preços medianos inferiores aos 300 mil €, entre eles o Barreiro, com 290 mil €, e a Moita, com 267 mil €.
Tendências e interpretações
Periferias em claro destaque
Agora são as periferias, e não os centros urbanos, que concentram agora as maiores preferências de quem procura casa. Concelhos como Amadora ou Odivelas confirmam a tendência: estar perto da capital continua a ser um trunfo: melhores acessos, mais serviços, preços ainda abaixo dos praticados no coração das cidades. Mas cuidado: “mais baixo” já não quer dizer “barato”.
Com a procura a espalhar-se, os preços dos arredores crescem por efeito de proximidade. É a chamada “contaminação” dos centros urbanos, que empurra a valorização para fora das zonas mais centrais. Resultado? O conceito de acessível tornou-se cada vez mais relativo.
Quando caro esfria a procura
Os concelhos com preços medianos mais elevados tendem a surgir mais abaixo no ranking da procura. A razão é simples: para muitas famílias, esses valores já não são compatíveis com a realidade dos orçamentos. Assim, quem compra recorre cada vez mais a alternativas consideradas mais “em conta”, mesmo que isso implique abdicar de zonas prestigiadas.
Hoje, comprar casa em Portugal parece um jogo de resistência onde o preço é sempre o próximo obstáculo. Até nas franjas urbanas de Lisboa ou Porto, o patamar dos 300 mil € já foi ultrapassado. A mensagem para quem pondera entrar no mercado é clara: o conceito de “menos caro” já não se traduz em “acessível”.