Valdemar Jorge
Valdemar Jorge
05 Dez, 2022 - 16:16

Construção em Portugal regista bom momento, mas com desafios

Valdemar Jorge

Portugal registou uma boa performance económica no índice de construção, com crescimento de 2,1% em julho deste ano. Mas, a inflação galopante que se sentiu em setembro/outubro condicionou o setor.

Os indicadores de julho no que respeita à construção em Portugal foram positivos. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) houve um crescimento homólogo de 2,1%, se comparado com o aumento de 1,6% em junho.

Embora satisfatórios, estes indicadores de crescimento mostraram-se inferiores aos registados em abril de 2022, em que o índice de produção na construção registava um crescimento homólogo de 3,7%. A construção de edifícios aumentava 3,3% e a engenharia civil crescia 4,4%.

Inflação restringe maior crescimento

Já se pode perceber que a inflação está a ter grande impacto na economia. Além das pequenas percentagens que se possam registar no crescimento do setor da construção, o aumento da inflação está a afetar todos os canais de produção e distribuição.

A subida de preços, tendo como referência os dados de agosto do INE no que diz respeito aos custos de construção de casas novas, foi de 12,6% em termos homólogos. Observou-se um aumento nos preços dos materiais e também nos custos que os diversos players do setor têm com a mão-de-obra.

Note-se que, ainda segundo os indicadores do INE, os preços dos materiais de construção subiram 16,6% em termos homólogos, enquanto os custos da mão-de-obra aumentaram 6,9%. No mês em julho era de 7,3%.

Quais materiais e produtos sobem

No contexto da construção, os materiais que mais sobem, segundo o INE, são os produtos cerâmicos, com os preços a aumentar cerca de 70%. Outros materiais apresentam subidas na ordem dos 20% como o cimento, aglomerados e ladrilhos de cortiça, madeiras e derivados, obras de carpintaria e tubos de PVC.

A acrescentar a estes está o gasóleo, produto transversal a todos os intervenientes no setor do transporte, nomeadamente, o do transporte de betão.

Transporte adequado de betão é fundamental

As empresas transportadoras de betão estão, na conjuntura económica atual, a ser as mais afetadas. Os gastos com os camiões betoneira (especialmente vocacionados com tambores próprios para o transporte de betão), em termos de combustível, são representativos das dificuldades que o setor também tem de enfrentar, para além do das matérias-primas.

Imagem camião betoneira

O transporte de betão, além das regras próprias onde se destaca, por exemplo, o peso transportado pelos camiões, incorpora ainda o fator do tempo de condução dos motoristas.

A este item, acresce ainda, para manter a qualidade do betão, não exceder o limite de tempo de duas horas, entre o momento em que sai do ponto de fabrico e o ponto de descarga. Deste modo é garantida a qualidade do produto final, indispensável à integridade final da obra.

Este meio de transporte – o camião betoneira – é indispensável para garantir o sucesso do processo de qualquer construção e é essencial no processo de mistura dos componentes do betão durante o transporte.

O leque de veículos com estas caraterísticas é amplo e variado. Sendo assim, cada empresa deve ter especial cuidado na escolha do camião betoneira mais indicado para a função que pretende.

A oferta neste segmento de mercado é vasta. Mas um dos componentes que ditará maiores diferenças será o volume total da capacidade e, por consequência, a quantidade total de betão que o tambor poderá misturar. A escolha correta é imprescindível para tornar o processo eficaz e com qualidade do produto final.