As convulsões febris afetam menos de 5% das crianças. Este problema é mais prevalente nos rapazes, entre os 6 meses e os 6 anos de idade, com uma especial incidência em bebés com 18 meses. Esta reação é também mais comum em crianças com antecedentes familiares de convulsões febris.
Isto significa que os episódios de convulsões febris podem repetir-se em 10% a 50% dos casos de doença, principalmente se se tratarem de crianças novas. Fique a saber mais sobre este problema e como agir perante ele.
Convulsões febris na infância: tudo o que precisa de saber
De um modo geral, pode afirmar-se que o sistema nervoso das crianças mais novas é mais suscetível à febre, dada a sua imaturidade.
As convulsões febris podem, por isso, surgir de forma súbita, inclusive no próprio dia em que a febre se manifesta, sem os pais sequer se aperceberem que a criança está a entrar num estado febril.

Sintomas das convulsões febris
Normalmente, as convulsões febris assustam os pais, devido aos sintomas que a criança manifesta.
A criança pode ficar hirta e assumir movimentos de tremores dos membros superiores e inferiores. Em alguns casos, pode revirar os olhos, ficar com olhar fixo, ter os lábios roxos, espumar da boca, urinar ou defecar e/ou não reagir ao ser chamada.
Habitualmente, a convulsão febril não dura mais de 5 minutos. Depois, é comum as crianças ficarem sonolentas.
As convulsões febris podem dividir-se em dois grupos. As convulsões chamadas simples, as quais são únicas; afetam ambos os lados do corpo; e duram menos de 30 minutos. E as convulsões complexas, as quais são repetidas no mesmo episódio febril; atingem só um lado do corpo; e duram mais de 30 minutos.
O que fazer perante uma convulsão febril?
Se a criança nunca tiver tido convulsões febris, é importante levá-la ao hospital, para que seja observada. Em algumas situações, é recomendado um internamento por algumas horas, para vigilância.
Caso não se trate do primeiro episódio de convulsão febril, a criança apenas precisa de ser observada por um médico, se a convulsão demorar mais do que 5 ou 10 minutos; se repetir convulsões no mesmo episódio de doença; se não recuperar entre as convulsões; ou se apresentar sensação de doença.

Cuidados a ter
Antes de chegar a assistência médica, há ainda algumas medidas que os pais ou os cuidadores da criança devem tomar, durante a ocorrência da convulsão febril, nomeadamente:
- registar o tempo de duração da convulsão;
- afastar de perto da criança tudo aquilo que a possa magoar, na sequência dos movimentos involuntários provocados pela convulsão;
- deitar a criança de lado;
- despir a criança e reduzir a temperatura ambiente;
- colocar pachos de água tépida no corpo despido da criança;
- pôr algo mole sob a cabeça da criança;
- não colocar nada na boca da criança;
- estar atento ao tipo de movimentos que a criança faz;
- medir a temperatura corporal da criança e administrar paracetamol em supositório.
Se a criança já tiver tido convulsões febris no passado, o médico pode recomendar aos pais a administração de antipiréticos, mesmo em situações em que a febre não é elevada, além de sugerir a toma de medicamentos específicos, destinados a situações de convulsão (como clisteres de Diazepam Stesolid-R).
Convém dizer que, na maior parte das vezes, as convulsões febris não deixam sequelas, como lesões cerebrais, problemas de desenvolvimento ou epilepsia. De acordo com a estatística, só 2% a 7% das crianças com convulsões febris é que vêm a desenvolver epilepsia no futuro.